Ontem o Brasil deu mais um passo na imunização contra a Covid-19 com a aprovação definitiva da vacina da Pfizer pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No momento em que novas variantes do coronavírus são detectadas no território nacional, qualquer avanço no combate à doença deve ser comemorado, já que a vacinação no país acontece a conta-gotas: cerca de 2,8% dos brasileiros receberam pelo menos uma dose do imunizante.
A distribuição da vacina da Pfizer para a população ainda depende da vontade do governo federal de adquirir as doses, o que ainda é uma incógnita. E, apesar de a aprovação definitiva permitir a compra por empresas privadas, a farmacêutica disse que vai negociar apenas com o governo. No mesmo sentido, a Associação Brasileira de Clínicas de Vacinas (ABCVAC) afirmou que a prioridade da compra é da União.
Diante desse impasse, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), apresentou um projeto de lei que permite a Estados e municípios adquirir as vacinas. O Supremo Tribunal Federal (STF) também formou maioria para dar a autorização a governos estaduais e municipais caso a União descumpra o planejamento.
Seria uma forma eficiente de todos os entes da Federação colaborarem com o processo de imunização no país. A pandemia segue avançando não só nas capitais, mas em cidades do interior do Brasil, como nos Estados de São Paulo e Minas Gerais. Cada governo local tem a noção da gravidade da pandemia em seu território e poderia direcionar recursos para a compra das vacinas para sua população.
De todo modo, o avanço na imunização depende essencialmente de uma coordenação nacional inteligente para cumprir o dever do Estado de assegurar a saúde à população.