Hoje é o dia de 2,6 milhões de pessoas que dedicam todos os seus dias para o desenvolvimento das crianças e dos jovens brasileiros, muitas vezes em condições adversas. Das mais de 170 mil escolas nas quais os professores exercem seu ofício, 35,8 mil não possuem coleta de esgoto, e 4.300 nem sequer têm banheiros, de acordo com o Censo Escolar realizado pelo Inep no ano passado.
Se a infraestrutura básica é um problema, os recursos pedagógicos não apresentam dados melhores. Na era da digitalização, só um quinto dos estabelecimentos de ensino possui internet de banda larga, sendo que apenas um terço dessas é voltada para atividades pedagógicas dos alunos.
Outro fato (que não é exclusividade brasileira): professores lidam com o desprestígio da profissão. Um estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostra que os docentes recebem, em média, 80% da remuneração dos demais profissionais com formação universitária. O que motivou um apelo do Unicef e da OIT por maior investimento nos professores até para garantir a melhor capacitação dos jovens para um mundo em contínua transformação tecnológica que exige novos e maiores conhecimentos dos jovens.
Mas, mesmo diante desses desafios, os professores brasileiros mostram um desejo genuíno de crescer e de oferecer melhores condições para seus estudantes. Em menos de cinco anos, o número de docentes com formação superior passou de sete em cada dez para oito em cada dez. E, apesar de os índices ainda serem menores que os dos países da OCDE, é graças aos esforços dos docentes que as notas do Pisa em leitura e matemática avançaram pelo menos oito pontos desde 2015. O que nos força a pensar: o quanto poderíamos evoluir se todos nós valorizássemos os professores mais do que só um dia por ano?