Uma lei de Moisés, não de Deus, proibiu o contato com os espíritos (Deuteronômio capítulo 18). Isso porque o povo era muito ignorante a respeito da mediunidade. Mas se Moisés proibiu esse contato, é porque ele existe mesmo!

A mediunidade é um dom inato. Todos nós temos um pouco dela, a qual pode se manifesta apenas em forma de intuição. Mas há pessoas que a possuem em grau elevado. Por exemplo, aquelas que imantam um espírito no seu campo áurico ou no perispírito. Popularmente, esse fenômeno é chamado de incorporação. Mas na verdade o espírito não entra no corpo de ninguém.

O cristianismo do passado atacou muito a mediunidade. E, na Idade Média, milhares de médiuns, principalmente mulheres, morreram nas fogueiras da Inquisição. As autoridades religiosas cristãs ensinavam egoisticamente, que somente o papa e os bispos, em concílios ecumênicos, é que recebiam espírito, que era para elas o Espírito do próprio Deus ou o Espírito Santo da Terceira Pessoa Trinitária. Que presunção de grandeza! Santa Joana D’Arc era uma grande médium. Isso contribuiu muito para que ela fosse condenada à morte na fogueira da Inquisição. E muitos outros santos canonizados pela Igreja, como também os profetas bíblicos eram médiuns.

Até há pouco tempo, os médiuns eram considerados doentes mentais pelo clero católico, os pastores protestantes e evangélicos e até pelos médicos não espíritas. Hoje, porém, a mediunidade está consolidada como um dom inato e é um fenômeno estudado em muitas universidades.

Quando são Paulo fala em dons espirituais, ele está se referindo aos dons espirituais do espírito santo (alma) de cada pessoa (1 Coríntios 6: 19). É que ele não conheceu o Espírito Santo Trinitário, que só foi criado pelos teólogos em 381, no Concílio Ecumênico de Constantinopla, iniciando assim, de modo oficial, a instituição do dogma trinitário.

Para o escritor e pastor presbiteriano Nehemias Marien, a Bíblia é um manual de psicografia. E acrescentamos que ela o é também de psicofonia, isto é, quando o espírito fala pela boca do médium.

Coelet ou “Eclesiastes” significa profissão de “pregador” e não o nome do pregador. Ele pregava para uma comunidade ou “Eclesia” (Igreja em grego). E “Eclesiastes” é da mesma raiz de “Eclesia”.

Segundo a opinião mais aceita entre os estudiosos desse livro, ele foi escrito por volta do ano 280 a. C. Para outros, foi em 580 a. C.. E para outros, ele tem vários autores. Ora, diante de tantas opiniões diferentes, a elas ousamos acrescentar mais uma. O rei Salomão, filho de Davi, segundo a história bíblica, viveu, mais ou menos, mil anos antes de Cristo. Por que, então, não se admitir também a hipótese do fenômeno mediúnico de psicofonia, ou seja, o espírito de Salomão pregando, vários séculos depois de sua morte, por meio do médium pregador (“Coélet” ou “Eclesiastes”)?

Realmente, hoje se sabe que os espíritos podem pregar através de médiuns de psicofonia, a qual pode se transformar em escrita por quem ouviu o médium. E o fenômeno mediúnico se teria tornado tão importante com o pregador (“Coelet” ou “Eclesiastes”), que ele até deu nome a um dos livros da Bíblia: o “Eclesiastes”. Além disso, torna-se compreensível por que o “Eclesiastes” teria sido escrito, como vimos, somente em 280 ou 580, e não no ano 1000 a. C., quando Salomão estava encarnado. E isso só pode ser psicografia!

PS: “Presença Espírita na Bíblia”, com este colunista, na TV Mundo Maior.