Em meio à saturação das produções live-action explosivas (e cada vez mais questionáveis) do universo originado por Michael Bay, a franquia Transformers aposta em um caminho diferente, e muito bem-vindo.

Sob a direção de Josh Cooley (Toy Story 4), o novo capítulo abraça a animação, permitindo uma abordagem mais criativa. Desta vez, a história se afasta da Terra e reconta o início do conflito que levou à queda de Cybertron, o planeta natal dos icônicos Autobots e Decepticons.


Leia também:
+ Better Man: Robbie Williams vira um macaco de CGI em biografia ousada
+ Eternauta: série argentina da Netflix usa ficção científica para refletir sobre opressão e esperança
+ Star Trek: Lower Decks mostra o lado B da Frota Estelar em comédia afiada e cheia de referências

 

Antes da guerra, havia amizade

O filme volta no tempo para mostrar quem eram Optimus Prime e Megatron antes dos embates entre Autobots e Decepticons, e antes mesmo de seus icônicos nomes. Aqui, Orion Pax e D-16 (respectivamente) são mineradores e melhores amigos, com visões de mundo bem distintas. E esse ponto de partida muda tudo.

Em vez de lançar o espectador diretamente no conflito, o filme investe na construção de universo. Apresenta com calma as estruturas sociais de Cybertron, suas lendas, hierarquias, e tensões latentes. 

O resultado é um mundo denso e intrigante, com boas reviravoltas, e que desperta a vontade de acompanhar cada passo até a inevitável ruptura entre esses dois personagens centrais.

Ação, carisma e uma trilha que embala

No visual, Transformers: O Início impressiona. A animação é vibrante, com cenas de ação bem coreografadas, piadas pontuais e uma trilha sonora energética que ajuda a sustentar o ritmo da narrativa. O destaque, no entanto, vai para o arco emocional de Prime e Megatron, que confere ao filme uma carga dramática inesperada.

O elenco de vozes também dá peso à produção: Chris Hemsworth, Scarlett Johansson, Laurence Fishburne, Jon Hamm, Steve Buscemi, Keegan-Michael Key e Brian Tyree Henry são alguns dos nomes que emprestam carisma e personalidade aos personagens.

Além disso, a animação está recheada de referências que devem agradar fãs antigos da franquia, mas sem alienar o público mais novo.

O único deslize fica por conta de alguns atalhos de roteiro. Há momentos em que as coisas simplesmente acontecem rápido demais para facilitar a progressão da história. Ainda assim, isso não chega a comprometer a experiência.

Vale a pena?

O saldo final é muito positivo — e o melhor: dá vontade de ver mais. Transformers: O Início pode ser o começo de uma nova fase promissora da franquia, com mais emoção, construção de mundo e, quem diria, um pouco mais de alma.

Onde assistir?

Transformers: O Início já está disponível no Paramount+ e chegou recentemente também à Netflix.

Transformers: O Início possui cena pós-creditos?

Sim, duas na verdade. Assim como popularizado pelas produções da Marvel, Transformers: O Início possui uma cena logo após a primeira leva de créditos, e uma ao final de toda a rolagem. 

A primeira cena é breve e funciona como um alívio cômico, encerrando o clima do filme com leveza. Já a segunda entrega uma pista importante sobre o futuro da franquia, sugerindo os próximos passos da saga em Cybertron.

 

Conteúdo relacionado:
+ Adolescência vai mexer com você, e é por isso que você precisa assistir
+ Cem Anos de Solidão: Tragédia geracional em adaptação fantástica da Netflix
+ Yellowjackets: A 3ª temporada da série está tão perdida quanto suas protagonistas
+ Você provavelmente não viu, mas essa minissérie da Netflix vai te deixar sem palavras
+ Filmes bons para assistir na Netflix, veja os que realmente valem a pena

 

Confira também a análise em vídeo: