Dirigido por Paul King (Paddington, 2014), Wonka funciona como uma espécie de origem para o icônico criador de chocolates (mais especificamente, a versão interpretada por Gene Wilder em 1971). Acompanhamos os primeiros passos do jovem Willy enquanto tenta abrir sua loja em uma cidade controlada por magnatas da indústria de doces.
O filme abraça por completo o lado fantástico da história: em vez de buscar explicações plausíveis para suas invenções ou personagens, mergulha em um universo onde a magia dos doces importa mais do que a lógica. Um lugar de belas paisagens, mas com pessoas mal-intencionadas, onde a imaginação dita as regras.
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Um musical que sabe rir de si mesmo
Timothée Chalamet interpreta Wonka com leveza e energia. Ingênuo, excêntrico e apaixonado pela arte de fazer doces, ele enfrenta obstáculos quase surreais ao longo do caminho. A narrativa aposta em soluções mágicas e personagens caricatos, sem ter medo do absurdo.
É importante destacar: Wonka é, acima de tudo, um musical, e abraça esse formato com entusiasmo. Embora isso não seja exatamente novo (já que as versões anteriores também contavam com números musicais), aqui as canções são parte central da narrativa e ajudam a sustentar o tom fantasioso da obra.
O elenco de apoio, com Olivia Colman, Keegan-Michael Key, Rowan Atkinson, Sally Hawkins e Hugh Grant (num divertido papel como um Oompa-Loompa) interpretam personagens que flertam com o cartunesco, e essa é justamente a proposta.
Muita substância, mas falta profundidade
Os grandes destaques do filme ficam por conta da direção de arte e do figurino, que constroem um universo exuberante, cheio de cor, textura e exagero. Há espaço tanto para o encantamento quanto para a sombra, com ruas cinzentas e personagens de intenções duvidosas. Tudo pulsa com muita criatividade e energia.
Uma vez que o espectador aceita que nada ali precisa ser levado a sério, o filme se torna ainda mais divertido. Porém, se há uma possível frustração, ela está na falta de explicações mais sólidas sobre o talento extraordinário de Wonka, especialmente sobre como ele cria doces tão únicos. Aqueles que embarcam na história esperando por mais camadas de explicação, podem acabar sentindo uma falta de profundidade.
Onde assistir?
Wonka está disponível no Max e chegou recentemente à Netflix.
Vale a pena?
Se você procura um bom filme para toda a família, com humor, música e uma boa dose de nonsense, Wonka cumpre bem o que propõe: uma fábula musical leve, com alma e carisma. Mais do que se encaixar nas versões anteriores, este filme parece abrir caminho para uma nova franquia com identidade própria.
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