Três dias após vencer as eleições municipais em BH, o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), falou, com exclusividade, à reportagem de O TEMPO sobre como foi enfrentar a doença durante a campanha eleitoral. Fuad tratou um câncer do tipo linfoma não-Hodgkin durante a disputa em BH e já encerrou o tratamento com sucesso. A doença descoberta em junho deste ano, ainda no período de pré-campanha, não foi um impeditivo para a continuidade na disputa eleitoral.

Segundo Fuad, o período de campanha foi “muito difícil”, com “muito trabalho, muito esforço, muito cansaço, muita dedicação, muito empenho”. O prefeito destacou a atuação da própria equipe de marketing, dos servidores da prefeitura e da “equipe médica fantástica que deu sustentação médica” para que pudesse seguir no cargo de prefeito e continuar na corrida pela reeleição. “Eu nunca tinha feito uma campanha. Ser abraçado na rua como eu fui. Ter tanto carinho, tantas pessoas gritando seu nome, (...) pedindo incessantemente para você lutar para vencer. Isso me deixou extremamente feliz, muito emocionado”, detalhou.

O câncer que Fuad tratou tem origem nas células do sistema linfático e pode se espalhar de maneira não ordenada. “No final de junho, eu estava com umas dores me incomodando. Eu fui ao médico, que me pediu para fazer uns exames. Fui para o hospital, cheguei lá, e eles descobriram um câncer. Aí, já era a seguinte pergunta: ‘eu vou conseguir fazer campanha ou vou ficar quieto em casa ‘curtindo’ a doença?’”, relembrou o prefeito reeleito. 

Fuad relatou que, depois de receber o diagnóstico, se viu entre dois caminhos: “O primeiro é você recolher e ficar preparando. Neste caso, Deus te dá o consolo, porque você precisa desse apoio divino para este momento. A alternativa é você enfrentar, você lutar. E Deus te dá a força. Foi isso que aconteceu comigo, a força divina. Tenho certeza disso. A minha fé, neste ponto, é verdadeira”.

A decisão de seguir na campanha veio após conversas com familiares, amigos, com o partido e com o padroeiro, Padre Eustáquio. “Eu fui lá (à Igreja de Padre Eustáquio), conversei com ele e saí de lá convicto de que eu era capaz de vencer se eu enfrentasse, se eu lutasse de frente, se eu fosse corajoso. Foi o que eu fiz. Tomei a decisão de enfrentar e, graças a Deus, consegui, sem problemas”, contou. 

Durante os dias de campanha, Fuad relatou ter feito pausas para realização de sessões de quimioterapia e outros tratamentos. “A equipe médica foi muito eficiente, e eu me curei, em quatro meses, graças a Deus”, disse o prefeito, que revelou em 15 de outubro já ter sido liberado do tratamento. “Ela (a doença) não me atrapalhou na campanha e, nisso, eu acho que tem a benção de Padre Eustáquio em cima de mim. Padre Eustáquio é o beato da saúde e da paz. Ele me deu saúde e me deu a paz”, encerrou o nome reeleito ao Executivo de Belo Horizonte.

Entrevista concedida à editora de Política de O TEMPO, Cynthia Castro.