Em meio a negociação acerca do projeto de lei que prevê reajuste geral aos servidores do estado, o governador Romeu Zema (Novo) se encontrou, na tarde desta terça-feira (28), com o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), deputado estadual Tadeu Martins Leite (MDB). Os secretários de Governo, Gustavo Valadares, de Planejamento e Gestão, Luísa Barreto, e de Fazenda, Luiz Cláudio Gomes, e o vice-governador Mateus Simões, também estiveram presentes. 

Oficialmente, a assessoria do governo de Minas divulgou que a reunião, realizada no Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), aconteceu para "manutenção do diálogo e da parceria para avançar em pautas de interesse dos mineiros". O encontro acontece um dia antes da votação em primeiro turno do projeto de reajuste enviado pelo próprio governador, marcado para esta quarta-feira (29). 

Deputados já afirmaram que têm negociado com o governo estadual um possível aumento no índice de reajuste, que no texto original prevê uma recomposição de 3,62%, um ponto percentual abaixo da inflação de 2023 pelo IPCA. Conforme apurou O TEMPO com exclusividade, o governo de Minas estaria estudando elevar a proposta para 4,62%, igualando à inflação do último ano.

Em coletiva de imprensa nessa segunda-feira (27), o deputado Tadeu Leite afirmou que o projeto vai tramitar com "tranquilidade e responsabilidade", e que os deputados têm negociado com o governo.

"Nós estamos aguardando o governo, porque é um projeto do Executivo, e a gente tem que entender que, por um lado, é necessário que a gente valorize cada vez mais os servidores, mas também entendendo as dificuldades que o estado passa nesse momento. Já fizemos a sugestão ao governo, eles estão fazendo seus cálculos para ver se é possível nós conseguirmos construir, juntamente com todos os deputados de base e oposição, um novo caminho nessa discussão", destacou.

Quais são as possibilidade do governo

Para apresentar uma elevação no índice de reajuste dos servidores, o governo de Romeu Zema e sua base de deputados podem seguir por dois caminhos. O primeiro deles seria aprovar, durante votação em primeiro turno nesta quarta-feira (29), as emendas autorizativas apresentadas pela oposição. Neste caso, o Executivo teria autorização do parlamento para apresentar outro projeto de lei, prevendo um índice maior de reajuste. O texto precisaria passar, novamente, pelas comissões e ser votado em primeiro e segundo turno no plenário. 

Entretanto, nesta terça-feira (28), as três emendas, que autorizam um reajuste de 4,62%, 5,79% e 10,6%, respectivamente, foram rejeitadas na Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária (FFO). Os deputados de oposição ainda podem destacá-las durante plenário e trabalham no convencimento dos colegas para a aprovação. 

Outro caminho que o governo pode seguir, caso deseje apresentar um aumento na proposta de reajuste, seria apresentar uma emenda já no segundo turno na Assembleia Legislativa. Neste caso, a elaboração da emenda seria articulada com algum deputado, apresentada e votada sem precisar passar pelas comissões.