O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou ter mudado a postura diante da sua base de apoio na Assembleia Legislativa (ALMG) e cobrou "lealdade" dos deputados que dizem estar ao seu lado. A declaração foi feita durante café da manhã com jornalistas, na manhã desta sexta-feira (19). 

Zema destacou, durante a conversa, que foi "aprendendo com os anos em que está à frente do Executivo de Minas Gerais", desde 2019. Agora, segundo o governador, ele busca uma base que esteja sempre ao seu lado, "na alegria e na tristeza".

"Definitivamente, vamos mudar a nossa postura. Em alguns momentos você ganha, em outros você perde, mas começaram a se aproveitar e demos um basta. Queremos na nossa base quem está com a gente em todos os momentos. Não me venham se passar por falso amigo".

Dificuldades com a base

Com a apresentação de projetos de lei polêmicos por parte do Executivo na Assembleia Legislativa, que tratam sobre mudanças no funcionalismo público, Romeu Zema tem tentando negociar mais com sua base, mas estaria apresentando dificuldades. 

Desde o início do ano, o governo tem enfrentado dificuldade de reunir quórum suficiente para votações em plenário, mas o descontentamento teria escalonado durante votação do reajuste salarial de 4,62% aos servidores públicos, em maio deste ano, quando parte dos deputados da base não compareceu à votação ou votou contra os interesses do governador. Desde então, tanto o secretário de Governo, Gustavo Valadares, quanto o vice-governador, Mateus Simões (Novo), já destacaram que desejam mais lealdade da base. 

O nome que escancarou a crise foi de Chiara Biondini (PP), vice-líder do governo na Assembleia, que votou com a oposição emendas que aumentariam o reajuste oferecido pelo governo. Além dela, cerca de outros dez parlamentares que compõem a base também votaram contra a orientação de Zema. 

Na época, indicados por Chiara que possuíam cargos no Estado foram exonerados, o que foi visto como uma "retaliação" do governo contra ela e um aviso ao restante da base. Na época, fontes revelaram para a coluna Aparte que o governo teria “batido na porta dos deputados da base” para dar um ultimato: “ou vota comigo, ou não espere receber meu secretariado em seu gabinete”. 

As jornalistas Cynthia Castro e Marina Schettini participaram do café da manhã com o governador, onde ele falou sobre o tema.