O julgamento sobre a tragédia de Mariana que está em andamento em Londres, na Inglaterra, será retomado nesta segunda-feira (13 de janeiro). O processo busca a responsabilização da BHP Billiton, uma das acionistas e controladoras da Samarco, acusada pelo escritório de advocacia Pogust Goodhead de saber que a barragem do Fundão recebia mais rejeitos do que deveria. As sessões foram suspensas no dia 20 de dezembro por conta do recesso de fim de ano da Justiça britânica.
Na primeira semana de retomada das atividades, de 13 e 21 de janeiro, as audiências serão focadas em questões relativas a direito ambiental, com a apresentação de depoimentos de especialistas, de acordo com informações do Pogust Goodhead. A análise será conduzida com base na legislação ambiental brasileira.
Na próxima etapa, entre 22 e 29 de janeiro, o julgamento terá como foco os depoimentos de especialistas em geotecnia, aprofundando questões técnicas relacionadas ao rompimento da barragem. As partes envolvidas irão preparar suas alegações finais em fevereiro para apresentação entre 5 e 13 de março.
O Pogust Goodhead representa cerca de 600 mil vítimas do rompimento da barragem, sendo 23 mil quilombolas e indígenas Krenak, Tupiniquim, Pataxó e Guarani, 42 municípios e, aproximadamente, 1.500 empresas, autarquias e instituições religiosas em uma ação cível contra a BHP Billiton. O escritório pede uma indenização de R$ 230 bilhões à Justiça inglesa, onde a mineradora anglo-australiana, sócia da Vale S.A. no controle da Samarco, tem domicílio. A Vale não é ré nesta ação.
As sessões do julgamento em Londres foram iniciadas no dia 21 de outubro. Nos dois primeiros meses, foram apreciados documentos e ouvidos os depoimentos de diversas testemunhas.