Romeu Zema (Novo) se posicionou e lembrou aspectos políticos da relação com o prefeito Fuad Noman (PSD), que faleceu nesta quarta-feira (26 de março), em consequência de um Linfoma não Hodgkin (LNH). Zema tratou o prefeito como “amigo” e enviou sentimentos aos familiares de Fuad.

“Com tristeza, nos despedimos de Fuad Noman, prefeito de BH. Sua vida pública foi marcada pelo diálogo e respeito, sempre a serviço de uma cidade e de um estado mais fortes. Meus sentimentos aos familiares e amigos. Descanse em paz, amigo”, disse.

Outros políticos também já manifestaram seu pesar pelo falecimento do prefeito de Belo Horizonte, aos 77 anos. Ele estava internado desde o dia 3 de janeiro. Na noite desta terça-feira (25 de março), Fuad teve uma parada cardiorrespiratória e o agravamento do quadro de saúde.

Fuad passou a maior parte da trajetória política atuando nos bastidores, até assumir a prefeitura da capital mineira em 2022. Ele se candidatou a um cargo político pela primeira vez em 2020, como vice-prefeito de Alexandre Kalil (sem partido) para o Executivo de Belo Horizonte. Anteriormente, ele atuou na administração federal, estadual e da capital mineira, especialmente na área econômica. 

Com a morte de Fuad, quem assume o cargo agora é Álvaro Damião (União Brasil), que estava como interino desde a internação do prefeito, em 3 de janeiro.

Governo de Minas

O governo mineiro divulgou uma nota sobre o falecimento do prefeito. No texto, a administração estadual lembra as passagens de Fuad Noman na gestão do Estado, quando ocupou cargos importantes nas gestões dos ex-governadores Antonio Anastasia e Aécio Neves (PSDB). Em reconhecimento à importância de Fuad Noman, o governo do Estado declarou luto oficial de três dias.

"Fuad Noman ocupou diversos cargos de destaque no governo estadual, como secretário de Estado de Fazenda, implementando políticas fiscais que impulsionaram a economia mineira; secretário de Estado de Transporte e Obras Públicas, responsável por importantes obras de infraestrutura; e presidente da Gasmig, expandindo a rede de gás natural em todo o estado. Sua visão estratégica foi fundamental para superar desafios e buscar soluções, deixando um legado de desenvolvimento e progresso para Minas Gerais", diz trecho da nota.

História

Aos 18 anos, Fuad ingressou no Exército brasileiro, onde fez o curso para cabo e, posteriormente, para sargento, servindo por 11 anos. O prefeito se formou em Ciências Econômicas pelo Centro de Ensino Unificado de Brasília (Ceub), além de ter feito pós-graduação em Programação Econômica e Execução Orçamentária. Recebeu, ainda, o título de doutor honoris causa pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes).

O primeiro cargo que Fuad ocupou no serviço público foi como funcionário de carreira do Banco Central do Brasil. Ele ainda trabalhou no Tesouro Nacional, foi secretário-executivo da Casa Civil da Presidência da República, diretor do Banco do Brasil e presidente da BrasilPrev. Também atuou como consultor do Fundo Monetário Internacional para o governo de Cabo Verde.

Fuad chegou a participar, também, da elaboração do “Plano Real”, na década de 1990. Ele foi adjunto do então secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Clóvis Carvalho. Na ocasião, chegou a coordenar um grupo responsável pelas instituições financeiras federais.

No Governo de Minas, atuou como secretário de Estado de Fazenda, secretário de Estado de Transporte e Obras Públicas, secretário Extraordinário da Copa do Mundo, presidente da Gasmig e secretário de Estado Extraordinário para a Coordenação de Investimentos. À época, era filiado ao PSDB.

Em 2017, foi nomeado secretário Municipal de Fazenda de Belo Horizonte pelo então prefeito Alexandre Kalil. Permaneceu no cargo até 2020, quando foi convidado a se candidatar como vice-prefeito na chapa pela reeleição conquistada por Kalil. Com a renúncia do então prefeito em 2022, Fuad tomou posse como chefe do Executivo em março daquele ano.