Bruno Barral é oficialmente ex-secretário de Educação de Belo Horizonte após ser exonerado em edição especial do Diário Oficial do Município, divulgada na tarde desta quinta-feira (3 de março). Há algumas horas, ele foi afastado do cargo por ordem do ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF) após ser um dos alvos da Polícia Federal na terceira fase da Operação Overclean.

Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte informou que a exoneração de Barral do cargo de secretário municipal de Educação começa a valer de imediato. Após a posse realizada também nesta quinta, na Câmara Municipal de Belo Horizonte, o novo prefeito, Álvaro Damião (União Brasil), afirmou que Barral não teria tratamento diferenciado na gestão municipal

Barral foi um dos alvos da operação que tenta desarticular um esquema de desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo emendas parlamentares e convênios. Durante o cumprimento de 16 mandatos de mandados de busca e apreensão, agentes encontraram, na casa do ex-secretário, maços de dólares e euros, joias e relógios em um cofre. Com o mandato, a ordem de afastamento cautelar de Barral das funções públicas também foi aplicada.

Histórico

Barral, que já foi secretário de Educação de Salvador, é dono de uma empresa ré na Justiça da Bahia por dano ao erário de Santo Antônio de Jesus (BA), a 187 quilômetros de Salvador. O Ministério Público da Bahia (MPBA) apontou improbidade administrativa em um contrato de R$ 300 mil, sem licitação, firmado entre o empreendimento e a Prefeitura de Santo Antônio de Jesus para serviços de assessoria e consultoria técnica na área educacional ainda em 2021.

O contrato entre a Bruno Oitaven Barral Ltda. e Santo Antônio de Jesus está suspenso liminarmente desde fevereiro de 2023 pela Justiça. O juiz Carlos Roberto Silva Júnior ainda determinou a paralisação dos pagamentos da prefeitura à empresa, sob pena de multa diária de R$ 1 mil, “até a solução final do litígio”.