A prefeita de Contagem, Marília Campos (PT), afastou a possibilidade de disputar o governo de Minas Gerais em 2026 e declarou apoio à eventual candidatura do senador Rodrigo Pacheco (PSD). Em entrevista ao quadro Café com Política, do canal O TEMPO no YouTube, exibido nesta segunda-feira (21/7), a petista afirmou que se sente “feliz por ser sempre lembrada”, mas destacou que não tem participado de articulações eleitorais.
“O Rodrigo Pacheco para mim é uma grande surpresa, não só mineira, mas surpresa nacional. É um jovem político que estreou muito recentemente e teve um grande destaque político no Senado Federal, pelas bandeiras que abraçou em defesa da democracia. Mas, mais do que isso, pelas pautas que ele assumiu em defesa dos municípios, em defesa do Estado de Minas Gerais”, disse.
A prefeita foi questionada sobre informações de bastidores, indicando que Pacheco estaria cogitando ter Marília como coordenadora de campanha. Ela não confirmou, mas diz que o assunto eleições faz parte das conversas entre os dois.
“Pacheco foi o grande negociador da dívida de Minas Gerais, salvou Minas Gerais com toda a intervenção que ele fez no Senado e articulando com o presidente Lula. Portanto, na minha opinião, ele se credencia e tem méritos que o colocam como o candidato a governador de Minas Gerais, resta saber se ele vai assumir. Eu espero que sim. Já conversei com ele sobre isso”, afirmou.
Futuro não é pauta
Em seu quarto mandato à frente da prefeitura de Contagem e com um governo reeleito em primeiro turno, Marília Campos diz que ainda não escolheu um sucessor político para 2028. Quando terminou seu primeiro ciclo na administração municipal, em 2012, ela não conseguiu garantir ao PT a continuidade na prefeitura. Naquela ocasião, o candidato da legenda, Durval Ângelo, foi derrotado por Carlin Moura.
“Acho que está cedo ainda e acho que essa coisa do prefeito fazer o sucessor é um pouco arrogante. Eu tenho o desejo de que aquilo que a gente construiu de bom para a cidade não seja desconstruído por quem vier depois. A gente sempre torce para que venha o melhor, que continue e faça melhor do que a gente. E nós vamos discutir com vários nomes. Eu gosto de muita gente que poderia suceder, mas acho que tem que esperar o tempo certo”, avaliou.
Relação com a base
Marília Campos tem uma maioria esmagadora na Câmara Municipal de Contagem. Dos 25 parlamentares da cidade, 22 estão alinhados com o governo; o único partido declaradamente de oposição é o PL, que tem três vereadores na cidade. Atender as demandas de uma base tão diversa não é tarefa simples para a administração municipal, mas Marília diz que a relação tem funcionado bem.
“Eles pedem igual o povo pede; igual eu peço também ao Lula e ao governo do Estado. Então, é assim: o povo pede para vereador, o povo pede para prefeita, o vereador pede para prefeita... Só que eu sou uma pessoa que sei dizer ‘sim’ e planejar para executar. E eu falo ‘não’ também, seja porque não tem capacidade de executar, seja pela questão financeira, seja pela questão do tempo. Não tem problema os vereadores apresentarem as demandas. Teria problema se eu dissesse sim e não executasse”, justifica.