BRASÍLIA - Três dias depois da batida da Polícia Federal (PF) e da aplicação de medidas cautelares que incluem monitoramento por tornozeleira eletrônica, Jair Bolsonaro (PL) chegou à chapelaria do Congresso Nacional nesta segunda-feira escoltado por aliados que compõem o núcleo duro da oposição na Câmara dos Deputados. 

Ele participa nesta tarde de uma reunião de emergência marcada pelo líder da bancada do Partido Liberal, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), e pretende falar à imprensa após o encontro no gabinete da liderança.

Cercado por deputados como Marcel Van Hattem (Novo-RS), Nikolas Ferreira (PL-MG) e Carlos Jordy (PL-RJ), Bolsonaro rezou um Pai-Nosso na entrada da Câmara dos Deputados e seguiu para o gabinete do PL pelo caminho mais longo com direito a dois lances de escada e correria de apoiadores no trajeto. A barra da calça do ex-presidente disfarça, mas não esconde a tornozeleira eletrônica colocada na perna esquerda por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).

A reunião de emergência do PL é uma resposta da bancada às recentes decisões do STF contra Jair Bolsonaro e ainda à operação da Polícia Federal que mirou o ex-presidente na última sexta-feira (18/7). O partido ignora as férias dos deputados e a determinação do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que suspendeu as sessões do plenário até agosto.

Além do encontro marcado, os presidentes das comissões de Segurança Pública e de Relações Exteriores, deputados Paulo Bilynskyj (PL-SP) e Filipe Barros (PL-PR), agendaram sessões para terça-feira (22/7). 

Eles argumentam que o recesso é informal porque ele só poderia ocorrer, segundo o regimento, se a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) tivesse sido votada neste primeiro semestre. Para cancelar as sessões agendadas das comissões seria necessário um ato da mesa diretora da Câmara.