Enviado especial a São Paulo. O presidente nacional do Partido Novo, Eduardo Ribeiro, disse, em entrevista exclusiva ao jornalista Hédio Jr. durante evento de lançamento da pré-candidatura de Romeu Zema à Presidência da República, em São Paulo, neste sábado (16/8), que seu objetivo é consolidar a sigla entre “as oito ou nove” que vão, segundo ele, se estabelecer no país nos próximos dez anos. 

Para isso, o partido precisa vencer a cláusula de barreira, que dá acesso a recursos do Fundo Partidário. Para vencer a cláusula de barreira o partido precisa eleger pelo menos 11 deputados federais, distribuídos em pelo menos nove unidades da Federação, ou conquistar pelo menos 2% dos votos válidos para a eleição na Câmara dos Deputados, distribuídos em no mínimo nove unidades da Federação, com um mínimo de 1% dos votos em cada um deles.  Nas eleições de 2024, foram distribuídos entre as 29 siglas existentes no país um total de R$ 4,9 bilhões. Desse montante, pelas regras das divisões partidários, o Novo ficou com R$ 37,1 milhões. 

“Nós já recebemos a adesão de novos deputados com o mandato, outros virão ao longo do tempo e na janela partidária ali em abril de 2026 outros também irão compor e nosso time já vai chegar bastante encorpado para as eleições de 2026. Acho que nós já temos votos e candidatos suficientes para romper com facilidade a cláusula de barreira”, disse. 

A aposta da sigla é que o desempenho de Zema na campanha ajude a elevar a bancada do partido. “O desempenho da candidatura presidencial evidentemente que vai elevar o número de deputados, os senadores para cima. Isso é cientificamente provado já ao longo das últimas eleições”, avalia. “A gente larga de no mínimo 15 ou 20 com a chance de chegar a 30, 40 e se consolidar como partido grande hoje no Brasil”, conclui. 

Para Ribeiro, a diferença dessa candidatura para a do empresário Felipe D’Ávila em 2022, quando encerrou o pleito com 0,47% dos votos (pouco mais de 559 mil votos), é alta aprovação de Zema como governador de Minas Gerais. Em 2024, ele foi reeleito governador de Minas no 1º turno com 56,18% dos votos (4,1 milhões de votos). “É a primeira vez que nós vamos ter um candidato que venha de um mandato, um governador de dois mandatos, muito bem reeleito, muito bem aprovado, avaliado em Minas Gerais e isso evidentemente que dá um peso maior, somado a uma capilaridade maior do partido também, porque nas eleições de 2024 o novo se consolidou aí também no Brasil com prefeituras e vereadores, então nós temos uma capilaridade maior que nos permite levar o nome do Romeu Zema para todos os rincões do Brasil”.

Outra aposta do partido é emplacar nomes no Senado, onde deverá ser travada uma das principais trincheiras na batalha eleitoral de 2026, já que é de onde pode surgir a abertura de pedidos de impeachment de ministros do Supremo. “Hoje nós temos um Senado completamente covarde que se dobrou perante aos abusos do Supremo Tribunal Federal, aos abusos do ministro Alexandre de Moraes, não vota o impeachment de Alexandre de Moraes, muitos deles ali preocupados com suas questões paroquiais e diminuíram o tamanho do Senado, então vai haver uma renovação muito forte dentro do Senado Federal e o Novo tem candidatos fortes para essas cadeiras, Marcelo Van Raten no Rio Grande do Sul, Gilson Marques em Santa Catarina, Deltan Dallagnol no Paraná, Ricardo Salles em São Paulo, Sebastião Coelho no Distrito Federal”. 

Questionado se uma candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), poderia ser uma ‘pedra no caminho’ na candidatura de Zema, Ribeiro negou, dizendo que “todos os governadores da direita se dão bem”. “Acho que a população não vê inclusive, eles nem sequer como adversários, acho que está todo mundo na mesma trincheira. O Tarcísio tem dito publicamente que não irá ser candidato, evidentemente que as coisas podem mudar. (...) mas hoje o Romeu Zema, dos colocados efetivamente como pré-candidatos oficialmente, é o mais forte e vai ficar ainda mais forte ao longo dos próximos meses e vai chegar lá em 2026 com um caminho muito viável e aí é nosso papel trazer outras forças para agrupar com coalizões e coligações com partidos para tornar essa candidatura ainda mais forte para a gente vencer o PT e livrar o Brasil do Lula”.