A deputada estadual Andréia de Jesus (PT) afirmou, em entrevista ao Café com Política, exibida nesta segunda-feira (18/8) no canal de O TEMPO no YouTube, que aceitaria disputar uma vaga no Senado por Minas Gerais, caso essa seja a escolha do partido. “Se o partido quiser, eu estou preparada. E eu quero dar a resposta para minhas bases, para as pessoas que acreditam em mim.  Se o partido quiser, eu cumpro a tarefa e vou cumprir com qualidade,” defendeu a parlamentar.

Para consolidar seu nome, no entanto, a parlamentar teria de vencer a concorrência com outros nomes defendidos no bastidores, como o da prefeita de Contagem, Marília Campos (PT), o da prefeita de Juiz de Fora, Margarida Salomão (PT), além da deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT) e do deputado federal Rogério Correia (PT).  

Durante a entrevista, a deputada declarou ainda que não houve uma conversa do partido em relação às vagas do senado. Segundo ela, as atenções da sigla estiveram todas voltadas para o Processo de Eleições Diretas (PED), que definiu, em uma eleição atribulada, a deputada estadual Leninha como nova presidente do PT em Minas. O pleito chegou a ser adiado e correr risco de judicialização após o indeferimento da candidatura da deputada federal Dandara. Segundo Andreia, os debates sobre a composição das próximas chapas deve se intensificar nas próximas semanas.  

Eleição 2026

A deputada estadual criticou a gestão do governador Romeu Zema (Novo) à frente do governo de Minas Gerais. A parlamentar acusou o chefe do Executivo e seu vice, Mateus Simões (Novo), de estarem “usando o cargo para autopromoção”.

“Nós precisamos de alguém com tesão para cuidar do estado de Minas Gerais. Eu estou usando essa palavra porque, nos últimos anos, o que o governador Zema fez foi esvaziar o estado por dentro (...). Nós estamos em um desastre sem governador, e o vice, coitado, está tentando ser popular. Ele perdeu peso, mas agora tem que correr atrás de uma gordurinha para pagar os 20% do Propag. Ele está usando espaço para se promover. Isso não é papel de gestor público”, afirmou.

Questionada sobre a disputa pelo governo em 2026, a deputada defendeu que o presidente Lula (PT) conduza a escolha de um nome de consenso, mas cobrou maior clareza de posicionamento do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

“Eu vejo que há uma necessidade de o Rodrigo Pacheco se posicionar com mais segurança. Isso é importante para nós que estamos na base, é importante para o partido”, avaliou a parlamentar, que destacou a necessidade de protagonismo petista na chapa.

“Defendo que tenhamos alguém do PT nessa tarefa, pelo menos um vice ou uma vice do PT, para que possamos construir uma identidade partidária nesse processo”, pontuou.

Desejo

A parlamentar, que está em seu segundo mandato na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), onde foi vice-presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher e presidente da Comissão de Direitos Humanos, mantém o desejo de ser prefeita de Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Nas últimas eleições municipais, em 2024, ela tentou se candidatar, mas perdeu a vaga para Vicente Mendonça, que acabou perdendo o pleito para Túlio (PP).  

“Eu tenho o sonho de melhorar a minha cidade. Neves carrega muitos estigmas. E foi a cidade que elegeu a primeira mulher negra a ocupar cadeira na Assembleia. É uma cidade que tem muito carinho pelo PT, tem carinho por mim e é onde eu criei meu filho. Então eu desejo que a cidade cresça e que a gente possa contribuir com esse crescimento,” declarou a deputada que, apesar de ter nascido em Belo Horizonte, trabalhou em Neves como educadora infantil e advogada popular.