O governador Romeu Zema (Novo) e seu vice, Mateus Simões (Novo), adotaram comportamentos distintos na relação com aliados que, assim como ambos, despontam como candidatos nas eleições de 2026. Zema, durante o lançamento de sua pré-candidatura ao Planalto no sábado (16/08), descartou a possibilidade de um acordo -para ser vice em outra chapa, por exemplo- e disse que a tendência na direita, o seu campo político, é o lançamento de vários candidatos ao governo federal no ano que vem.

Já Simões, que é pré-candidato ao governo de Minas em 2026, também alinhado à direita, afirmou, durante o ato pró-Zema, ocorrido em São Paulo, acreditar na redução no número de concorrentes de sua vertente política ao Palácio Tiradentes no ano que vem. Até o momento são cotados para a disputa, além de Simões, os senadores Cleitinho (Republicanos) e Rodrigo Pacheco (PSD), o deputado federal Nikolas Ferreira (PL), e o ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (sem partido). Os possíveis candidatos da direita ao governo de Minas Gerais, ao menos até o momento, são Cleitinho e Nikolas. Pacheco é de centro e Kalil, que já disputou o governo do estado, em 2022, com o apoio da esquerda, ainda não definiu a legenda à qual se filiará.

No plano federal, Zema tem como aliados cotados para a disputa pelo Planalto os governadores de São Paulo, Tarcísio Freitas (Republicanos), de Goiás, Ronaldo Caiado (União), e do Paraná, Ratinho Júnior (PSD). A diferença de comportamentos do governador e do vice se explica pelo conjunto de possíveis concorrentes em 2026. Para o Planalto, é provável que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenha lugar garantido no segundo turno. Assim, entre todos os concorrentes do campo da direita, o que se sair melhor no primeiro turno, enfrenta o petista na etapa final de votação com o apoio dos que ficaram pelo caminho.

Para o governo de Minas, o cenário é diferente. Se houver três candidatos do mesmo campo político, no caso Simões, Cleitinho e Nikolas, é grande o risco de pulverização de votos, possibilitando o avanço de concorrente fora do campo ao segundo turno. Nesse caso, a saída seria lançar mão do chamado "cada um por si", inclusive com a obrigação de ataques um contra o outro para ver quem passa ao segundo turno. Além disso, ainda que dois candidatos da direita passem do primeiro turno, a direita entraria em um racha no estado.

Acionado pela reportagem, o senador Cleitinho afirmou que só fala sobre eleição para o governo de Minas no ano que vem. Quanto a Nikolas Ferreira, a assessoria do parlamentar ainda não respondeu questionamento enviado por O Tempo. As declarações de Simões em São Paulo, dadas durante entrevista ao jornal, incluíram uma análise dos motivos pelos quais o vice acredita que nenhum dos dois colocará o nome nas urnas para o governo do estado no ano que vem.

“Apesar das pesquisas, eu tenho convicção de que Nikolas é candidato a deputado federal, porque o Brasil precisa dele no Congresso Nacional; e o senador Cleitinho não me parece estar num momento de vida de ir para o Executivo. O perfil dele é um perfil que faz mais sentido no Legislativo. Respeito muito os dois, mas neste momento, a candidatura que nós temos colocada como pré-candidatura é a minha”, afirmou.

Zema, ao falar, também em entrevista a O Tempo, sobre outros possíveis candidatos ao governo federal no ano que vem, citou diretamente o governador de São Paulo. "O Tarcísio é competente, me dou muito bem com ele, conversamos regularmente e admiro muito o trabalho dele, que tem uma avaliação muito boa em São Paulo. Nós temos propostas em comum, mas o cenário que eu vejo é a direita caminhar com vários pré-candidatos e, num segundo turno, todos estarem juntos”, disse.