O porta-voz nacional da Rede, Paulo Lamac, não descartou um eventual apoio da legenda ao ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (sem partido), para o governo de Minas nas eleições do próximo ano. O ex-vice de Kalil afirmou, em entrevista ao Café com Política, exibida nesta terça-feira (5/8), no canal de O TEMPO no Youtube, que mantém diálogo com Kalil e pontuou que a Rede “não descartaria de maneira nenhuma” uma candidatura dele pela legenda. 

Questionado se a Rede convidou formalmente o ex-prefeito, Lamac não negou. “O Kalil seria muito bem-vindo. Mas eu sei, porque tenho convivido com ele, que ele tem (recebido) convites e está avaliando as possibilidades que tem, porque é natural. O mundo político enxerga a potencialidade dele, não apenas a Rede. Nós sabemos da nossa estrutura, do nosso pequeno tamanho. Mas, com certeza, para a Rede Sustentabilidade, essa é uma hipótese que não pode ser descartada”, afirmou Paulo Lamac. 

Em entrevista ao Café com Política no último mês, Kalil afirmou que ele representa uma “terceira via” para disputar as eleições para o governo de Minas Gerais em 2026. O ex-prefeito disse ter sido procurado pelo presidente nacional de uma sigla para ser candidato “ao que quiser”. Entretanto, não entrou em detalhes sobre qual seria a legenda. 

Para Lamac, "a Rede é um pequeno partido de grandes figuras", como é o caso de Kalil, segundo ele. "Nós não descartamos de maneira nenhuma a possibilidade de uma candidatura pela Rede. Penso que seria um grande erro do mundo político desconsiderar a candidatura de Alexandre Kalil”, avaliou. 

Segundo o porta-voz da Rede, por ser colocar como uma figura “anti-política”, o ex-prefeito de Belo Horizonte ainda tem um "recall" do período que esteve na prefeitura da capital. "Nesse cenário de muita polarização, ele (Kalil) seria um candidato que não se alinharia nem com Bolsonaro e nem com o Lula. E a gente tem que considerar: ele é uma pessoa que teve uma experiência muito bem-sucedida na administração de Belo Horizonte", pontuou. 

Lamac ainda criticou a indefinição do campo progressistas nas articulações para as eleições de 2026 e afirmou que a Rede não necessariamente estará na mesma chapa que o PT em âmbito estadual. "Há uma grande indefinição sobre qual será o palanque do presidente Lula em Minas, não está claro. Nós temos que entender qual o cenário antes de posicionar. A Rede nunca foi um partido que se alinha ao PT aprioristicamente. No cenário nacional tudo indica que haverá uma aliança. Mas, em Minas Gerais, ainda não está claro como as construções serão feitas", analisou. 

Segundo ele, o candidato ideal será aquele que conseguir "aglutinar o apoio dos outros". "Eu não sei quem, de fato, estará na disputa. E o diálogo tem que ser feito, inclusive, com eles (Pacheco e Tadeuzinho) e com outros que eventualmente se coloquem. E digo isso, porque nós não podemos desconsiderar que o ministro Alexandre Silveira é um nome que pode eventualmente ser lembrado. Podemos inclusive ter outros. O ex-prefeito Patrus Ananias poderia ser um eventual nome. Então, é preciso que os partidos e os pré-candidatos se coloquem, se explicitem, para que a gente possa sentar à mesa", afirmou.

Lamac diz que Ana Paula Siqueira segue na Rede e nega crise interna: 'livre para seguir seu caminho'

Durante a entrevista, Paulo Lamac falou ainda sobre uma eventual saída da  deputada estadual Ana Paula Siqueira (Rede) do partido. “Ela não comunicou nenhuma intenção de sair até o momento. A gente vê as especulações da imprensa, mas a Rede não impõe dificuldade ou restrição a seus parlamentares que entendam que há outros caminhos”, afirmou.  

“Investimos muito nesse mandato, mas ela é absolutamente livre - como todas as pessoas devem ser - para seguir o caminho que entender ser o melhor para ela”, completou Lamac. 

Rede avalia manter federação com PSOL, mas debate possíveis novos formatos

Questionado sobre a federação PSOL-Rede, o porta voz do partido afirmou que a legenda admite conversas com outros partidos para 2026. “Tivemos e temos uma convivência muito positiva. Agora, o próximo cenário, os próximos quatro anos, estão em discussão, assim como em todos os outros partidos”, afirmou.  

“Assim como PSB e PDT, o próprio PSOL recebeu recentemente o PCdoB para conversar sobre federação, estamos discutindo também as possibilidades, mas a federação PSOL-Rede é muito bem resolvida e, a princípio, não há nenhum impedimento que dificulte sua continuidade”, completou. 

Rede descarta candidatura de Marina a presidência e diz que tendência é seguir com aliança que apoia Lula

Paulo Lamac afirmou que “tudo indica” que a Rede apoiará a possível candidatura à reeleição do presidente Lula (PT). “Não acredito que a Rede vá apresentar candidaturas à Presidência da República no cenário atual. A maior tendência é a sequência desse arco de alianças que dá suporte ao governo atual. Essa é a tendência. Não existe nenhuma proposta diferente dessa hoje na Rede Sustentabilidade", avaliou. 

Já em Minas Gerais,o porta-voz disse que ainda não está claro como as construções serão feitas.