Bandeiras, blusas, bonés e adereços verde e amarelo se misturavam com o vermelho de bandeiras comuns em manifestações da esquerda neste 7 de setembro, durante o 31º Grito dos Excluídos. O movimento de “resgate” da camisa e das cores do Brasil, muito comuns em atos da direita, foi incentivado pelo governo federal e repercutiu entre a população de Belo Horizonte.
Por meio de um vídeo postado nas redes sociais, o governo estimulou a população a tirar a camisa da gaveta e usá-la neste sete de setembro, deixando de lado o uso restrito a eventos esportivos como a Copa do Mundo. “O dia 7 de setembro vai de coração, vai de Brasil”, afirma a camiseta falante do vídeo.
A professora Marilúcia Perpétua Correia Assunção, de 48 anos, marcou presença no Grito dos Excluídos e, apesar de não usar a camisa oficial do Brasil, vestiu uma amarela personalizada, com o rosto de Lula em verde no centro. “É um resgate dessa soberania, dessas cores. Quem é o excluído precisa voltar a usar essa cor, essa cor é nossa”, destacou.
Na visão dela, apesar de hoje as cores e a bandeira do Brasil serem mais associadas a pessoas que se identificam com o campo político da direita, é necessário um resgate para todo o povo brasileiro de um símbolo que representa o país, e não apenas um campo político. “É um processo que vai demorar um pouco, mas a gente tem que insistir nisso. O campo político é feito de ideias, ideias que são contrárias, e a gente tem que comungar com isso. A direita não pode se apropriar de símbolos que são de um conjunto, de um conjunto de povo. Eu sou de esquerda, uso verde-amarela, uso azul, uso rosa, uso a cor que eu quiser usar”, destaca a professora.
31º Grito dos Excluídos de Belo Horizonte
O 31º Grito dos Excluídos reuniu, neste 7 de setembro, manifestantes na praça Raul Soares, em Belo Horizonte. Com o lema “Cuidar da Casa Comum e da Democracia é luta de todo dia”, a manifestação defendeu o serviço público, a soberania nacional e a democracia, além de se posicionar contra a Reforma Administrativa e as privatizações. O evento contou com movimentos sociais, sindicatos, pastorais e coletivos que levantaram bandeiras pela justiça social e pelos direitos do povo brasileiro.