O 31º Grito dos Excluídos reuniu neste 7 de setembro diversas pessoas em Belo Horizonte. Entre as pautas, a defesa do serviço público, da soberania nacional e da democracia se somou às críticas às privatizações, que marcaram as falas dos organizadores e as bandeiras e cartazes da população presente. Uma das principais críticas dos servidores foi à PEC que derruba a exigência de referendo popular para a privatização de estatais mineiras.

“A gente apelidou essa PEC de PEC do cara a boca, que vai cortar o direito da população de ter um referendo, de se pronunciar e opinar sobre a venda ou não das estatais”, afirma o servidor público e diretor do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgotos do Estado de Minas Gerais (Sindágua-MG), Milton Costa.

Na visão do servidor, o governo Zema vem fazendo uma campanha negativa contra as estatais com o objetivo de convencer a população de que elas precisam ser privatizadas. “Água é vida, a população não pode abrir mão da Copasa. E o governador sabe disso. Só que ele tá pegando uma empresa que vale ouro e querendo vender a preço de banana, aquela banana com casca que ele mastigou nas câmaras da televisão”, diz o diretor do Sindágua-MG.

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Segundo Costa, a população precisa entender que a privatização não melhora o serviço e pode piorar. “Hoje, o maior índice de reclamação em relação à Copasa é justamente sobre o serviço terceirizado. Se privatizar, vai aumentar a terceirização, vai ser uma terceirização geral”, destaca. “O capital privado visa lucro. A Copasa tinha que levar o saneamento público a todo o estado de Minas Gerais. E se privatizar, as pessoas vão querer dinheiro, vão querer o lucro e a tarifa, com certeza, vai aumentar”, completa.

31º Grito dos Excluídos de Belo Horizonte 

O 31º Grito dos Excluídos reuniu, neste 7 de setembro, manifestantes na praça Raul Soares, em Belo Horizonte. Com o lema “Cuidar da Casa Comum e da Democracia é luta de todo dia”, a manifestação defendeu o serviço público, a soberania nacional e a democracia, além de se posicionar contra a Reforma Administrativa e as privatizações. O evento contou com movimentos sociais, sindicatos, pastorais e coletivos que levantaram bandeiras pela justiça social e pelos direitos do povo brasileiro.