BRASÍLIA - Pré-candidato à presidência em 2026, o governador Romeu Zema (Novo) voltou à avenida Paulista, em São Paulo (SP), neste domingo (7/9), em ato em prol do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Entretanto, discreto, Zema não discursou e viu o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ser protagonista da manifestação.
Zema foi citado uma só vez, pelo mestre de cerimônias, logo depois de anunciar a chegada de Tarcísio à Paulista. O mestre de cerimônias pediu a saudação dos presentes ao governador de Minas Gerais, a quem se referiu como quem tem um “jeitinho especial de conversar, de tomar um café e comer um pão de queijo”. “Aí está o mineiro Zema, o mineiro brasileiro”, apontou.
Apesar de brigar pelo espólio eleitoral de Bolsonaro, inelegível até 2030 por abuso de poder político e econômico, Zema se deparou com apelos por uma nova candidatura do ex-presidente ao Palácio do Planalto em 2026. A oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pressiona o Congresso Nacional para anistiá-lo.
Protagonista do ato, Tarcísio se referiu a Bolsonaro como o único candidato da direita. “Vamos defender a liberdade, o Estado de Direito e a nossa democracia. É fundamental que, para isso, as pessoas possam ser avaliadas nas urnas. Para isso, é fundamental que nós tenhamos Jair Messias Bolsonaro na eleição do ano que vem”, apontou.
O governador de São Paulo ainda tratou o ex-presidente como a “maior liderança de direita”. “Nasceu uma direita que tem como slogan a liberdade. Nasceu uma direita anti-sistema. Nasceu uma direita que não aceita o arbítrio. Nasceu uma direita que quer o Estado pró-business. Nasceu uma direita que não aceita a corrupção. (...) Esse movimento nasceu com Bolsonaro e vai crescer com Bolsonaro”, ressaltou.
Apesar do afago a Bolsonaro, Tarcísio adotou um tom eleitoral no discurso, em que chegou a chamar o ministro Alexandre de Moraes de “tirano”. “Não vamos aceitar a ditadura de um Poder sobre o outro. Chega! Não vamos aceitar que nenhum ditador diga o que temos que fazer”, contestou o governador de São Paulo, em referência velada ao ministro.
Antes de Tarcísio, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, já havia reiterado que o partido não tem “plano B” a Bolsonaro como candidato à presidência em 2026. “O nosso plano é Bolsonaro candidato a presidente”, afirmou. Nesse sábado, Valdemar já havia escrito no X que não há plano alternativo à candidatura do ex-presidente.
Zema também escutou críticas veladas do pastor Silas Malafaia a nomes que tentam viabilizar uma candidatura à presidência como opção a Bolsonaro. “Nenhum filho de Bolsonaro nem ninguém da direita tem que dizer ‘se Bolsonaro não for candidato, estou aqui’. Isso é imaturidade política. (...) Que papo é esse de vim aqui dizer que A, B ou C é candidato da direita? Calem a boca!”, criticou.
Além de Tarcísio, Valdemar e Malafaia, discursaram na Paulista, por exemplo, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), o senador Rogério Marinho (PL-RN), os deputados federais Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e Paulo Bilynskyj (PL-SP) e o ex-vereador de São Paulo Fernando Holiday (PL). O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), foi, mas também não discursou.