A cor vermelha chama a atenção, mas o verde e o amarelo presentes nas bandeiras, nas camisas com o rosto de Lula e nos adornos dos manifestantes também coloriram a 31ª edição do Grito dos Excluídos. A manifestação, que neste domingo (7 de Setembro) tomou conta da Raul Soares, no Centro de Belo Horizonte, trouxe como tema a defesa do serviço público, se posicionando contra a Reforma Administrativa. A defesa da soberania do país e da universidade pública de qualidade também esteve em pauta no evento.

Segundo Jair Gomes, da coordenação do Grito dos Excluídos de BH, o movimento reúne todos aqueles que lutam pelo direito e pela vida. É um espaço de pessoas que defendem a democracia, a soberania, os direitos humanos e o meio ambiente.

“São vários gritos que estão aqui concentrados hoje. É um movimento que agrega vários movimentos sociais, sindicais e eclesiais no sentido de garantir a soberania do povo brasileiro, a democracia e o acesso aos direitos sociais”, afirma.

A luta contra a privatização é uma das principais bandeiras do dia, tema que hoje é um dos mais tratados pelo atual governo de Minas, chefiado por Romeu Zema (Novo). Desde 2023, circula na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que derruba a exigência de referendo popular para a privatização de estatais mineiras. A PEC integra o pacote de propostas para adesão de Minas ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag).

“O Zema está procurando privatizar a Cemig, a Copasa, o serviço público. Nossa luta é para que essas práticas não aconteçam”, ressalta Gomes. Temas como a não militarização das escolas e a defesa do meio ambiente contra crimes ambientais também foram tratados. 

O evento deste ano também traz como foco o lema “Cuidar da Casa Comum e da Democracia é luta de todo dia”. “É todo o cuidado com a vida, com a criação, com o meio ambiente, tudo isso é importante. Tudo isso que estamos vivendo no Brasil e no mundo em relação à questão da extrema-direita, com os ataques que estão acontecendo, a gente está precisando também fazer um contraponto a isso e lutar pela democracia”, diz Jair Gomes, da coordenação do Grito dos Excluídos de BH.