O prefeito Fuad Noman (PSD) afirmou, durante encontro com jornalistas na manhã desta terça-feira (6), que recebeu do governo federal uma autorização para construir equipamentos públicos ao redor do Aeroporto Carlos Prates, na região Noroeste da capital mineira. A ideia, segundo ele, é iniciar as obras de uma Unidade de Pronto-Atendimento, de uma escola e de um centro de saúde. 

Uma reunião vai acontecer no fim da tarde desta terça para sacramentar o plano da prefeitura para o local. A ideia é também construir um centro cultural na localidade. Esses equipamentos vão circundar um conjunto habitacional do Minha Casa, Minha Vida, ideia preferida pelo prefeito para ocupar o terreno onde funcionava o aeródromo, desativado em abril do ano passado. 

“Eles acabaram de enviar esse documento autorizando a gente a começar a construir. Nós temos hoje uma reunião técnica para verificar exatamente o que é (o documento enviado pelo governo federal). O equipamento público serve para as moradias do aeroporto, mas também para toda a comunidade em volta que está carente”, disse Fuad. 

O prefeito também disse que as obras serão financiadas com recursos públicos de Belo Horizonte. Um empréstimo para garantir as intervenções não está descartado, mas evidentemente precisaria de aprovação da Câmara Municipal de BH, onde Fuad tem relação complicada com o presidente da Casa, vereador Gabriel (sem partido). 

Oficialmente, o governo federal ainda não entregou a área do Carlos Prates à Prefeitura de BH, ideia defendida por Fuad Noman. Questionado, o prefeito não garantiu se o presidente Lula (PT) fará o anúncio nesta semana, quando visita Belo Horizonte na quinta-feira (8). O projeto é para construir 4,5 mil moradias no local onde funcionava o Carlos Prates, cerca de 500 mil metros quadrados. 

Seminário cancelado

A fala de Fuad aconteceu no mesmo dia em que a prefeitura revogou um edital que previa a contratação de serviços para realização de um seminário sobre a ocupação da área. A decisão, assinada pelo secretário municipal de Fazenda, Leonardo Colombini, foi publicada no Diário Oficial do dia 31 de janeiro, “por razões de interesse público”, que não foram detalhadas inicialmente.

De acordo com a planilha de gastos, os recursos seriam destinados a itens como bebedouros, buffet de café da manhã, equipamentos de informática, arranjos e toalhas de mesa, além da contratação de profissionais como recepcionistas, intérpretes de Libras e técnico de informática. A previsão era que o evento acontecesse entre os dias 22 e 24 de fevereiro, recebendo 800 pessoas, ao custo de R$ 146 mil.