A proposta de antecipação dos recursos do nióbio foi bem recebida pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e deve encontrar pouca resistência por parte dos deputados. Os líderes do governo, de blocos independentes e da oposição ouvidos por O TEMPO foram unânimes em afirmar que a prioridade é acabar com o parcelamento do salário dos servidores do Estado e pagar o 13º salário de 2019. A expectativa dos parlamentares é que o projeto seja aprovado a tempo de o governo conseguir realizar o pagamento em dezembro.
“Se a gente conseguir vincular que isso vai garantir o pagamento do 13º salário e o fim do parcelamento, há grandes chances de aprovar (o projeto) na Assembleia. Deve ter pouca resistência”, disse o líder do bloco Minas Tem História, Sávio Souza Cruz (MDB).
Já o líder do bloco Democracia e Luta, André Quintão (PT), afirmou que os líderes decidiram priorizar os assuntos que têm maior convergência entre os deputados e que vão contribuir para Minas alcançar o equilíbrio fiscal.
“Achamos que devemos construir uma agenda que, no curto prazo, possa auxiliar o governo, inclusive, a quitar seus compromissos com os servidores e servidoras do Estado. Nós entendemos que podemos construir, com diálogo, um processo de chegada a plenário (do projeto de antecipação dos recebíveis) até o final do ano”, argumentou Quintão.
No entanto, o petista ponderou que a privatização da Codemig e as condições para a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal do governo federal são questões polêmicas e que exigem um debate maior com a sociedade.
Além do pagamento do 13º e do fim do parcelamento dos salários, o líder do governo na ALMG, deputado Luiz Humberto Carneiro (PSDB), disse que os recursos obtidos na operação financeira também serão usados para quitar a primeira parcela do acordo feito entre o governo estadual e os municípios para o pagamento dos repasses atrasados. A dívida do governo com as cidades chega a R$ 7 bilhões.
“Todos os três projetos são muito importantes para o governo, e o principal deles, neste primeiro momento, é justamente o adiantamento dos recebíveis da Codemig”, ponderou Luiz Humberto Carneiro.