A Frente Mineira de Prefeitos (FMP) deve atualizar o estatuto para permitir que mais prefeitos participem da entidade. A possibilidade já foi discutida pela diretoria e deve ser levada à assembleia em breve. A informação foi confirmada pela presidente da instituição, a prefeita de Lavras, Jussara Menicucci (PSD), à coluna Aparte.

Atualmente, a FMP exige que os municípios tenham pelo menos 60 mil habitantes para participar da entidade. Apesar disso, há cidades menores entre os filiados, o que levou a presidente a propor a mudança da regra. A intenção é permitir, no estatuto, a entrada de municípios que, mesmo com uma população menor, se destacam como polos regionais, têm relevância cultural, estrutura de saúde diferenciada ou indústrias de peso. 

“Quando assumi, já havia cidades menores que faziam parte da Frente. Isso foi questionado em uma reunião. Então, veio a ideia de que a gente abrisse uma brecha dentro do estatuto para que essas cidades pudessem participar também”, explicou Jussara. Caso a regra seja flexibilizada, a aprovação dos interessados passa a depender da diretoria da FMP, que avalia os pedidos em assembleias online.
 
Ainda sem a mudança de estatuto, a Frente já recebeu dez novas adesões desde o início da nova gestão, incluindo Uberlândia, no Triângulo Mineiro; Pouso Alegre e Poços de Caldas, no Sul do estado; e Patos de Minas, no Alto Paranaíba, que já deram sinal verde. Outras cidades, como Três Corações, São João del-Rei e Betim, já foram convidadas. A meta da presidente é chegar a 40 municípios filiados, ampliando a representatividade da entidade, que tinha 25 membros quando ela assumiu.

Além de ampliar o número de municípios, a FMP mudou a identidade visual, adotando nova logo. Segundo Jussara, a atualização visa reforçar o caráter apartidário da Frente e aproximar prefeitos de diferentes legendas, superando a impressão de que a entidade seria ligada a um único partido. “Queremos que todos os prefeitos, de todos os partidos, se sintam representados. É uma frente que não é partidária”, afirmou, lembrando que a entidade era associada, por alguns, ao PT do ex-presidente Daniel Sucupira. 

As movimentações incluíram uma aproximação com a Associação Mineira de Municípios (AMM). Jussara e o presidente da AMM, Luís Eduardo Falcão, prefeito de Patos de Minas, trocaram gestos de filiação nas entidades comandadas um pelo outro logo após assumirem seus mandatos.

Ambos também adotaram um discurso semelhante ao tomar posse: se apresentam como alternativas mais “neutras” e próximas do centro. Jussara é filiada a um partido que integra a base do presidente Lula no plano federal e, ao mesmo tempo, apoia o governador Romeu Zema (Novo) em Minas. Já Falcão se desfiliou do partido Novo assim que assumiu a AMM, alegando que isso facilitaria o diálogo com prefeitos de todos os campos políticos.  

Na gestão anterior, a distância entre as entidades era mais evidente: a AMM era presidida por Marcos Vinícius Bizarro, que já foi do PSDB, enquanto a FMP era comandada por Daniel Sucupira, do PT. Ambos, inclusive, não eram filiados nas entidades um do outro.