Eleições municipais

Gleisi Hoffmann sobre apoio do PT a Fuad nas eleições: "nunca nos comprometemos"

Apesar de confirmar o nome de Rogério Correia para disputa à PBH, presidente nacional da legenda não descarta apoio ao atual prefeito em um eventual segundo turno

Por Clarisse Souza
Publicado em 21 de fevereiro de 2024 | 17:23
 
 
 
normal

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, negou a possibilidade de o partido apoiar a eventual candidatura à reeleição do prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), durante o primeiro turno das eleições municipais, em outubro deste ano. Em entrevista exclusiva à coluna Aparte, a petista afirmou que a legenda mantém boa relação com o atual chefe do Executivo municipal, mas garantiu que o deputado federal Rogério Correia será o nome do PT para encabeçar chapa pela disputa à prefeitura da capital. 

“O PT tem uma relação muito boa com Fuad, o respeitamos muito. Mas nunca nos comprometemos a apoiá-lo”, declarou Gleisi, nesta quarta-feira (21). Apesar disso, ela não descartou uma possível aliança entre a legenda e o atual prefeito caso as eleições ocorram em duas etapas. “A gente pode conversar (sobre uma composição) para o segundo turno, mas acredito que o PT tem condições de vencer no primeiro”, avaliou a presidente do partido. 

No dia 5 de fevereiro, o presidente do PSD em Minas, Cássio Soares, chegou a declarar, em entrevista à FM O TEMPO 91,7, que esperava “uma retribuição” do PT, em alusão ao apoio dado por Fuad Noman à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à presidência da República, em 2022. Na ocasião, Soares admitiu que o partido do atual prefeito busca o apoio petista, embora o chefe do Executivo municipal ainda não tenha oficializado sua pré-candidatura à reeleição. 

Mas embora não seja consenso nem mesmo dentro do próprio PT, nos bastidores, porém, há um entendimento de que o lançamento da candidatura de Rogério Correia à Prefeitura de Belo Horizonte seria uma maneira de o partido ‘marcar território’ e retomar algum protagonismo no Estado após o desgaste sofrido pelo partido com a gestão de Fernando Pimentel (PT), que deixou o governo de Minas com alto índice de reprovação.

Além disso, na avaliação de interlocutores da legenda, ainda que não venha a obter votos suficientes no primeiro turno, Correia poderia auxiliar o partido a ganhar força para negociar o apoio a outro candidato em segundo turno, o que incluiria um cenário de aliança com Fuad. 

Outro cenário que pode estar contribuindo para a manutenção do nome de Rogério Correia na disputa pela prefeitura é a disputa pelo diretório estadual do partido em 2025, que é internamente polarizado por grupos distintos.  Segundo interlocutores, o sucesso de cada grupo vai depender dos resultados de seus integrantes no pleito municipal, o que estaria influenciando o engajamento de membros da legenda na pré-candidatura de Correia. 

Pré-candidaturas em Minas

Além da pré-candidatura em Belo Horizonte, Gleisi Hoffmann afirmou que o PT ainda pretende trabalhar pela reeleição das petistas Marília Campos e Margarida Salomão, atuais prefeitas de Contagem, na região metropolitana, e Juiz de Fora, na Zona da Mata, respectivamente.

Segundo Gleisi, a conquista de prefeituras em solo mineiro está entre as prioridades do diretório nacional do partido e explicou que um um mapa geral das pré-candidaturas deve ser definido pelo Grupo de Trabalho Eleitoral do partido até abril. “Minas é um estado muito importante para nós. O presidente (Lula) ganhou em Minas, temos tratado o Estado com muito carinho e um grau de prioridade muito grande”, declarou a presidente nacional do partido. 

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!