O secretário geral de Estado de Minas Gerais, Mateus Simões, foi exonerado do cargo a pedido pelo governador Romeu Zema (Novo). A exoneração foi publicada na edição do Diário Oficial de Minas Gerais desta quinta-feira, 16.
De acordo com o secretário, a exoneração é temporária e ele deve voltar ao posto já no início da próxima semana. “Serei nomeado novamente na sequência. Mas pedi ao governador para que me liberasse por por um curto período, para resolver questões pessoais”, disse Mateus Simões, sem dar mais detalhes.
A exoneração causou estranheza em quem acompanha de perto o governo estadual. Integrantes do governo dizem que ele poderia ter pedido licença para tratar de interesses particulares. No entanto, uma fonte com conhecimento jurídico consultada pela reportagem disse que este tipo de licença não pode ser requisitada em cargos de comissão de recrutamento amplo. Além disso, por lei, a licença só pode ser concedida após dois anos de exercício.
A Secretaria Geral de Estado integra o Comitê Extraordinário Covid-19, que centraliza as discussões e as ações de Minas Gerais em resposta à pandemia do novo coronavírus.
Além disso, a saída temporária de Mateus Simões acontece em meio ao seminário virtual promovido pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para discutir a reforma da Previdência estadual.
Embora a interlocução com os deputados neste tema, pelo menos publicamente, seja feita pelo secretário de Governo, Igor Eto, e pelo secretário de Planejamento, Otto Levy, durante os debates Mateus Simões foi apontado por líderes sindicais e presidentes de associações de categorias do funcionalismo como uma das “mentes” por trás da proposta que altera o sistema previdenciário mineiro.
Oficialmente, o secretário geral é responsável por realizar a coordenação interna entre as secretarias, com o objetivo de tornar o governo mais alinhado e eficiente.
O governo também negocia junto ao Ministério da Economia a extensão do prazo do dia 31 de julho para aprovar a reforma da Previdência. Com a realização do seminário virtual, o presidente da ALMG, Agostinho Patrus (PV), pediu que o governo de Romeu Zema tentasse adiar o prazo por mais dez ou quinze dias.
O cargo de secretário geral será exercido interinamente pelo secretário-adjunto da pasta, Marcel Dornas Beghini. Ele atuou como chefe de gabinete de Mateus Simões na Câmara Municipal de Belo Horizonte e seguiu o vereador licenciado quando este assumiu o comando da Secretaria Geral do Estado de Minas Gerais.