Eleições 2024

Sem outros nomes, candidatura de Fuad à PBH ganha musculatura dentro do PSD

O índice de aprovação e a caneta de prefeito dariam mais chances a Fuad que outros nomes do próprio partido

Por Letícia Fontes e Gabriel Ferreira Borges
Publicado em 07 de fevereiro de 2024 | 06:00
 
 
 
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Apesar de enfrentar resistência de ala do PSD, a pré-candidatura do prefeito Fuad Noman à reeleição ganhou musculatura nas últimas semanas. Sem alternativas, até mesmo os pessedistas menos simpáticos a Fuad já admitem nos bastidores a possibilidade de o prefeito ser o nome do PSD em Belo Horizonte. Há até a expectativa de que o prefeito, que se reuniu na última semana com o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, e o presidente estadual, Cássio Soares para “prestar contas” de sua gestão, confirme a pré-candidatura em breve.

O aparente consenso em torno de Fuad se deu após correligionários chegarem a conclusão de que não há outros nomes na legenda fortes para disputa, já que uma eventual candidatura do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que chegou a ser cogitada, já é tratada como improvável em Brasília. O ministro tem uma boa relação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e dificilmente deixaria o ministério para disputar o pleito municipal. A saída de Silveira do Ministério de Minas e Energia foi especulada no ano passado em meio à pressão do centrão por mais ministérios e aos desentendimentos entre o ministro e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. 

O principal argumento para a defesa da pré-candidatura de Fuad é a boa avaliação da administração. De acordo com a última pesquisa DATATEMPO, divulgada no ano passado, mais da metade dos entrevistados avalia como positiva a gestão mesmo com o alto nível de desconhecimento do prefeito - mais de 70% não o conhecem. O índice de aprovação e a caneta de prefeito o daria mais chances que os atuais pré-candidatos, na avaliação de correligionários. 

O argumento teria convencido até quem não via de bom grado a candidatura de Fuad. A insatisfação de parte da legenda começou quando o prefeito rifou quatro secretarias, entre elas a de governo, em troca de apoio na Câmara Municipal com o grupo ligado ao secretário de Estado da Casa Civil, Marcelo Aro. Na época, Fuad chegou a ser pressionado para sair do PSD e até chegou a se reunir e receber convites de outros partidos.

Entretanto, essa nunca teria sido a vontade do prefeito, que ciente do nível de desconhecimento do seu nome entre os belo-horizontinos avaliaria como fundamental o tempo de TV e rádio que o PSD terá na campanha. Por isso, Kassab deve pedir também ao ex-prefeito Alexandre Kalil (PSD), de quem Fuad foi vice, mas está afastado, o apoio a pré-candidatura como uma retribuição aos esforços a sua candidatura ao governo de Minas em 2022, quando foi um dos candidatos a governador a mais receber recursos partidários. 

Decisão final. A decisão sobre quem será o candidato do PSD em Belo Horizonte no final das contas será de Kassab. Inclusive, a foto publicada pelo deputado federal e pré-candidato Rogério Correia (PT) ao lado do presidente nacional do PSD na última semana foi minimizada por correligionários de Fuad. Interlocutores do prefeito classificaram a publicação de Correia como uma provocação, já que foi tirada entre duas agendas com Lula no Planalto.

Ao lado de Silveira, Kassab havia acabado de deixar uma reunião com Lula, quando Rogério, que estava acompanhado pela secretária nacional do PT Gleide Andrade, e pelo deputado federal José Guimarães (PT-CE), lhe abordou pedindo uma foto. Para evitar um constrangimento, o presidente nacional do PSD, então, aceitou, e, logo quando deixou o local, ligou para interlocutores do Fuad para alertar do ocorrido.

Apoio. Embora Cássio tenha deixado claro em entrevista ao Café com Política nessa segunda (5/2) que espera uma “retribuição” do PT a candidatura de Fuad por conta do apoio a campanha de Lula à presidência em 2022, ainda não haveria um acordo para que os petistas e os pessedistas estejam no mesmo palanque em Belo Horizonte, ao contrário de outras cidades. No Rio de Janeiro, por exemplo, o PT deve apoiar a candidatura do prefeito Eduardo Paes (PSD) à reeleição. 

Ainda há uma certa desconfiança sobre qual será o envolvimento de Lula nas eleições da capital mineira. Há quem aposte que os esforços do presidente estarão concentrados em fortalecer a relação com o PSD pensando em uma aliança com o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD), para as eleições de 2026. Por isso, há uma expectativa sobre qual será a postura do presidente da República durante a visita a Belo Horizonte na quinta (8/2), quando estará ao lado tanto de Fuad quanto de Rogério.

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