Concursado da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), o médico e ex-secretário do governo de Minas Helvécio Miranda Magalhães Júnior foi cedido para o Instituto René Rachou, unidade da Fiocruz no Estado. A medida foi oficializada pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD) e publicada no “Diário Oficial do Município” (“DOM”) no último dia 29.
A cessão é válida até 31 de dezembro de 2020, e, segundo a assessoria da prefeitura, trata-se de uma renovação do processo de cessão. O médico já estava liberado para o Instituto René Rachou desde o ano passado, quando deixou a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) com a derrota do ex-governador Fernando Pimentel (PT) em sua tentativa de reeleição ao governo de Minas em 2018.
De acordo a assessoria da PBH, Helvécio Magalhães foi cedido à Fiocruz Minas atendendo a pedido da direção do órgão. Ainda segundo a prefeitura, a cessão é para que “o servidor desenvolva projetos de pesquisa na área da saúde, para os quais o município apenas contribui com profissionais, sem transferência de recursos financeiros”.
Dessa forma, apesar de oficialmente ligado ao instituto de pesquisa, o salário do médico é custeado pela prefeitura da capital, e, segundo dados disponíveis no Portal da Transparência do Executivo municipal, o valor é de R$ 26 mil mensais.
Além de secretário de Estado, durante o governo Pimentel, Helvécio Magalhães foi conselheiro da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) e da Companhia de Tecnologia da Informação do Estado de Minas Gerais (Prodemge), chegando a receber mais de R$ 70 mil mensais – somando todos os jetons mais os salários.
Antes de ocupar a Seplag, ele foi secretário nacional de Atenção à Saúde Básica em 2013, durante o governo Dilma Rousseff (PT), secretário municipal de Saúde no período de 2003 a 2008 e foi o primeiro coordenador de Epidemiologia da Prefeitura de Belo Horizonte na década de 90.
O Instituto René Rachou, ou Fiocruz Minas, é uma unidade regional da Fundação Oswaldo Cruz, uma instituição de ciência e tecnologia em saúde ligada ao Ministério da Saúde.
O Aparte tentou fazer contato com o ex-secretário para saber sobre o trabalho que realiza atualmente na Fiocruz, mas, até o fechamento desta edição ele não respondeu.