Depois de quase um mês sem atividades legislativas de comissões e plenário, a Câmara Municipal de Belo Horizonte retoma nesta quinta-feira (9) os trabalhos colegiados. Na pauta, reunião especial às 10h com o secretário municipal de Saúde, Jackson Machado Pinto, para discutir as medidas implementadas pela Prefeitura de Belo Horizonte e as perspectivas para enfrentamento da Covid-19 na capital. 

O convite ao secretário foi feito depois de uma reunião entre Mesa Diretora e Comissão de Saúde, onde decidiram chamar os representantes do Executivo para uma espécie de prestação de contas do que está sendo feito. Na data, no dia 2 de abril, alguns vereadores, que inclusive integram a base do prefeito Alexandre Kalil (PSD), defenderam a reabertura do comércio na cidade para que Belo Horizonte não “explodisse”.

Os comentários foram vistos com ressalvas nos bastidores da Câmara por parecerem, em um primeiro momento, que parlamentares que sempre estiveram ao lado de Kalil atuariam para inviabilizar as normas decretadas pelo prefeito. Nessa quarta, pelas redes sociais, Kalil prometeu endurecer as regras que já estavam vigentes na cidade. 

Em contato com o Aparte, antes da postagem do prefeito, o presidente da Comissão de Saúde e Saneamento, Fernando Borja (Avante), disse que a ideia do encontro é para prestar contas e definir o plano de contingência a ser adotado. Questionado se seria em tom de cobrança, Borja respondeu que “só poderia cobrar depois de saber o que já fizeram e qual é o plano para as próximas semanas”.

Outro membro da comissão, o vereador Bim da Ambulância (PSDB), que integra a base governista, disse ser favorável à reabertura dos comércios, desde que sejam preestabelecidos alguns critérios preventivos que serão sugeridos por ele durante a reunião de hoje. “O que facilitaria muito uma reeducação da população como um todo e dos comerciantes. Assim, tanto os cidadãos quanto os empresários e empreendedores do nosso município não seriam tão impactados ou prejudicados com essas ações um tanto quanto radicais; mas, se é necessário, a gente respeita”, disse o parlamentar.

O líder de Kalil na Casa, vereador Léo Burguês (PSL), rechaçou qualquer ideia de divergência entre base e Executivo. Burguês considerou que os vereadores estão fazendo a parte deles de fiscalizar a prefeitura e ele mesmo deve convocar outro secretário na próxima semana. 

Apesar de alguns vereadores defenderem ideias diferentes das que Kalil vem defendendo, Burguês afirmou que estão “todos apoiando o prefeito” e que “a base está firme”. Caso a Câmara entenda que algum decreto tenha que ser discutido, Burguês avalia que será votado em tempo recorde.