A iminente mudança de partido do senador Carlos Viana, atualmente no Podemos, para o Republicanos, pode trazer uma nova nuance para a disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) nas eleições de 2024. Isso porque além dele, há outros dois nomes que podem ser lançados pela sigla à disputa pelo Executivo municipal: o deputado estadual Mauro Tramonte e o presidente da Câmara de BH, Gabriel Azevedo.
Neste momento, apenas Tramonte é filiado ao Republicanos. Na pesquisa DATATEMPO divulgada em setembro, ele apareceu como primeiro colocado no levantamento, com 16,1% da preferência do eleitorado. Nos bastidores, porém, pessoas próximas ao deputado têm dito que seus compromissos profissionais têm prioridade em relação a uma potencial candidatura à PBH. Por esse motivo, o nome de Viana tem ganhado força no partido. A propósito, na última semana, o filho do senador, o deputado federal Samuel Viana, saiu do PL e se filiou ao Republicanos.
Conforme apurou o Aparte, a ida de Viana ao Republicanos também é dada como certa e até o momento seu nome é o mais cotado na legenda para a disputa à PBH. Um dos motivos citados por interlocutores é a sua viabilidade eleitoral. Em segundo lugar na pesquisa DATATEMPO, o senador tem 10,4% das intenções de voto.
À reportagem, Viana confirmou ter recebido convite do Republicanos, mas disse que só vai tomar uma decisão em fevereiro. Em entrevistas à imprensa, o congressista já mencionou, em algumas ocasiões, a intenção de concorrer à PBH, além de tecer algumas críticas ao prefeito Fuad Noman (PSD).
Se o senador mudar de partido essa será a quinta mudança de legenda nos últimos cinco anos. As mudanças de sigla do senador ocorreram em momentos em que o político buscava maior espaço, seja para comandar o partido ou ser indicado para cargos eleitorais, como foi o motivo da sua ida para o PL que o lançou candidato ao governo de Minas no último ano. Sua saída da legenda para o Podemos, inclusive, segundo interlocutores, ocorreu porque Viana teria poucas chances de ter influência no Estado nas decisões do partido.
Negociação. As tratativas Gabriel Azevedo e o Republicanos começaram em março, quando o diretório estadual ainda era liderado pelo deputado federal Gilberto Abramo.
Segundo fontes próximas a Gabriel, as conversas, no entanto, não passariam de um “namoro”. Na avaliação de interlocutores, neste momento, há uma distância entre o que parece ser ser o desejo de Gabriel e a urgência que o Republicanos têm dado ao tema. O vereador está sem partido desde junho de 2021, quando foi expulso do Patriota por criticar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O deputado federal Euclydes Pettersen, presidente do Republicanos em Minas, disse recentemente que a legenda ainda não definiu quem será o candidato do partido à PBH. Segundo a pesquisa DATATEMPO, Gabriel é o nono colocado na disputa, com 2,1% das intenções de voto.
“Ainda estamos conversando com essas lideranças para que possamos fazer uma chapa forte em 2024. O Republicanos Minas tem metas ousadas e pretende ter candidaturas próprias à Prefeitura de Belo Horizonte e ao governo do Estado. Mas essa definição de nomes será concretizada apenas em 2024”, ponderou à época.
No início do mês, o presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira, esteve na Câmara de BH e foi o patrono da cerimônia de entrega do Grande Colar de Mérito Legislativo. Ele foi escolhido pelo Conselho de Agraciamento, formado pela Mesa Diretora, do qual Gabriel faz parte, e pelo corregedor da Casa, vereador Marcos Crispim (Podemos).
Na ocasião, Pereira deixou claro que respeita o debate estadual, mas que a decisão final será da direção nacional da legenda. “Nós estamos alinhados em uma ideia: Belo Horizonte não pode parar. É preciso que a gente ofereça para o nosso cidadão alternativas de desenvolvimento para que os próximos aniversários da cidade sejam mais felizes”, afirmou à época.