Eleições 2022

Após Triângulo Mineiro, Kalil investe na Zona da Mata e no Norte de Minas

Prefeito de Belo Horizonte tem aproveitado os finais de semana para visitar cidades do interior e se tornar mais conhecido da população fora da região Metropolitana

Por Pedro Augusto Figueiredo
Publicado em 30 de novembro de 2021 | 18:44
 
 
 
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Sem grande alarde ou divulgação nas próprias redes sociais, como é praxe entre os políticos, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD) tem visitado cidades do interior de Minas Gerais aos finais de semana para se tornar mais conhecido fora da região Metropolitana, já de olho na eleição para o governo do Estado em 2022.

O planejamento da equipe do prefeito é que as viagens aconteçam por regiões. Depois do Triângulo Mineiro — Kalil visitou Patrocínio, Uberaba, Araguari, Frutal e Ituiutaba, onde recebeu o título de cidadão honorário —, o foco da pré-campanha do prefeito será a Zona da Mata e o Norte de Minas.

Na primeira, Kalil já visitou Viçosa no dia 6 de novembro, onde foi recebido pelo prefeito da cidade, Raimundo Nonato (PSD), que é do mesmo partido dele. Segundo a imprensa local, 20 prefeitos da Zona da Mata estiveram presentes no evento.

Ele também deve ir à Ubá, importante polo moveleiro do Estado. Em entrevista à uma rádio ubaense na quinta-feira (25), o prefeito de Belo Horizonte foi convidado para participar de um evento na cidade em janeiro. “Só você convidar que eu vou com muito prazer”, respondeu Kalil, acrescentando que conhece a região porque participou do consórcio que realizou obras viárias nas estradas de acesso à Ubá.. “Eu conheço muito Minas Gerais, só que ninguém me conhecia”, resumiu.

O objetivo dessas viagens, segundo interlocutores de Kalil, é que ele se apresente à população e também aos políticos locais. “Vou começar a rodar sim, eu acho que já está na hora”, disse o prefeito na entrevista à rádio de Ubá.

A avaliação da equipe dele é que há margem para fazer isso neste momento porque a região Metropolitana só começa a se engajar mais perto da campanha eleitoral. Na mesma linha, o prefeito deve deixar para visitar as principais cidades do Estado na reta final, mesmo nas regiões por onde já passou, como no caso de Uberlândia, maior cidade do Triângulo Mineiro.

Na pesquisa DATATEMPO realizada entre os dias 29 de outubro e 3 de novembro, Kalil vence Zema na disputa pelo governo de Minas no ano que vem apenas na região Metropolitana, pontuando pouco no Campo das Vertentes (5,1%) e no Vale do Mucuri (3,3%). No Noroeste de Minas, ele sequer foi citado (0%).

No geral, Zema tem 45,1% das intenções de voto contra 22,5% de Kalil. Os dados são da pesquisa estimulada. Se excluídos os votos brancos e nulos (10%) e os que não souberam ou não responderam (9,6%), o atual governador vence no primeiro turno com 56,2% dos votos válidos, contra 28% do prefeito de Belo Horizonte.

Mesmo assim, integrantes do PSD têm demonstrado confiança. Eles dizem nos bastidores que Kalil alcançou esse índice de intenção de votos praticamente sem sair de Belo Horizonte e que tem espaço para crescer porque é pouco conhecido no interior. Já Zema, argumentam, é conhecido por toda a população e tem mantido uma agenda de viagens aos municípios mineiros há mais tempo, o que lhe daria menos margem para crescimento durante a campanha.

Enfrentamento à Covid-19 é cartão de visitas de Kalil no interior

Nas viagens ao interior, Kalil tem apresentado a credencial de presidente da Frente Mineira de Prefeitos (FMP), entidade que foi reativada em agosto para que haja um motivo para que ele rode pelo Estado. Houve contestação de um grupo de prefeitos opositores na Justiça, mas o prefeito de Belo Horizonte reassumiu a presidência da FMP no início de novembro.

Outro cartão de visitas de Kalil e tema recorrente de seus discursos nas cidades que visita é o enfrentamento da Covid-19 realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), principalmente depois que o Imperial College London publicou um estudo que diz que 328 mil mortes poderiam ter sido evitadas Brasil se a taxa de mortalidade da doença em Belo Horizonte fosse refletida em 14 outras capitais do país.

Uma estratégia que também será adotada pelo PSD é usar a influência do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), junto aos prefeitos mineiros para abrir as portas para Kalil. No passado, os dois já trocaram alfinetadas pela imprensa. 

A relação melhorou a partir do início do ano, quando Pacheco, ainda no DEM, foi à casa de Kalil para acertar o apoio do PSD à sua candidatura para a presidência do Senado. Nas últimas semanas, o prefeito de Belo Horizonte comemorou a mudança de partido de Pacheco e disse que ele será o próximo presidente da República.

Adalclever Lopes prioriza articulação política da candidatura de Kalil

Após deixar a secretaria de Governo da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e trocar o MDB pelo PSD, Adalclever Lopes vai priorizar a articulação política da campanha de Kalil. A ideia é que, além de acompanhar o prefeito nos deslocamentos aos finais de semana, ele também intensifique as viagens pelo Estado para conseguir apoios para Kalil e também para a própria candidatura a deputado estadual. 

Lopes também já tem se movimentado para formar a equipe da campanha de Kalil e tem procurado nomes para a comunicação e o marketing, já que Alberto Lage, marqueteiro das campanhas vitoriosas do prefeito em 2016 e 2020, rompeu com o grupo e deixou a PBH atirando.

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