Cortejado por, pelo menos, três pré-candidaturas ao Governo de Minas, o União Brasil (UB) foi representado por uma de suas principais lideranças, o deputado federal Bilac Pinto (União Brasil), durante a agenda que o governador Romeu Zema (Novo) cumpriu, nesta sexta-feira (24), nas cidades de Extrema e Consolação, ambas governadas por prefeitos do União Brasil.
Ao todo, o partido, originário da fusão entre o DEM e o PSL, comanda 97 prefeituras mineiras e elegeu quase 950 vereadores em Minas, sendo grande parte na região Sul, reduto eleitoral de Bilac.
Desejado pelos recursos milionários e os preciosos minutos de propaganda que carrega - sozinha, a sigla terá direito a 15,77% do total do Fundo Eleitoral e 16,5% do tempo no rádio e na televisão -, o União Brasil mantém conversas sobre alianças nas majoritárias de Zema, Alexandre Kalil (PSD) e Marcus Pestana (PSDB).
Esta é a primeira vez que Bilac e Zema se encontram após o convite do governador ao jornalista Eduardo Costa (Cidadania) para ocupar o posto de seu vice. Bilac já foi o mais cotado para ocupar o posto oferecido a Costa.
Nesta sexta-feira (24), Bilac e o governador passaram o dia juntos. Em Extrema, durante a manhã, o deputado federal e o governador estiveram no mesmo palco para inauguração do 59º Batalhão de Polícia Militar (PM), almoçaram juntos em um hotel fazenda da região e seguiram na mesma aeronave para o compromisso da tarde em Consolação, percorrendo um percurso de 65km. A agenda foi acompanhada também por diversos deputados estaduais e prefeitos da região Sul do estado.
Presente durante o almoço, João Batista Silva (União Brasil), prefeito de Extrema no segundo mandato, descreve o clima entre Zema e Bilac como amistoso. Defensor do nome de Bilac para compor a chapa do governador, Silva lamenta a condução do partido Novo nas articulações para o posto.
“O Bilac hoje representa um dos melhores quadros da política mineira,com sete mandatos e nós defendemos fortemente a bandeira de que ele seja a pessoa para ocupar a cadeira de vice- governador. O Sul de Minas é o segundo maior colégio eleitoral do estado e o partido Novo não está sabendo fazer essa leitura do cenário político dessa junção com o UB no Sul de Minas no debate de quem vai ser o vice. Só o Novo parece não entender isso”, afirma.
Segundo o prefeito, a vaga de vice-governador não foi discutida durante o almoço. "Não foi comentada, mas destacamos muito a questão do Sul ser o segundo maior colégio eleitoral de Minas”, disse.
Para Silva, mesmo com o desgaste causado pelos convites sucessivos do Novo para diferentes nomes para ocupar o posto de vice, além do Bilac, como o deputado federal Marcelo Aro (PP) e o jornalista e apresentador Eduardo Costa (Cidadania), ainda há espaço para a aliança entre UB e Novo.
“O Bilac já foi testado por Zema quando foi secretário do Governo durante os primeiros meses da gestão, além de ter um trâmite fantástico dentro do Congresso e Câmara. É difícil acreditar que isso vai ser desperdiçado”, acredita.
Presente no evento, o vereador e presidente da Câmara Municipal de Extrema, Walderrama (União Brasil), ressalta que Bilac elogiou a atuação do governador durante seu discurso. “Falou que foi um prazer fazer parte dos primeiros meses como secretário de Zema e que ele pegou um estado praticamente quebrado e fez a diferença. Mas, essas regras do Novo atrapalham um pouco”, afirma.
De acordo com o próprio Bilac, os dois conversaram sobre as eleições em Minas. “São obras importantes, numa região onde sempre atuei como deputado e, evidentemente, conversamos a respeito do processo político como um todo, mas não no que se refere à vice. Afinal de contas, estamos recebendo o governador na minha região política com diversos deputados estaduais”, resumiu.
Sem definições sobre aliança, o União Brasil segue conversando com outros partidos e tem agenda marcada com Alexandre Kalil (PSD) na semana que vem.