O apoio do União Brasil (UB) em Minas é uma das principais perguntas a serem respondidas para definir o cenário eleitoral no estado. O partido é o mais disputado pelos dois principais pré-candidatos ao Palácio Tiradentes, o atual governador Romeu Zema (Novo) e o ex-prefeito da capital Alexandre Kalil (PSD). E a sigla, fruto da fusão do PSL com o DEM, se mantém dividida entre ambos e vai se reunir com os adversários nos próximos dias. Por fora, correm também conversas com o pré-candidato tucano Marcus Pestana (PSDB).
Nesta sexta-feira (24), o deputado federal Bilac Pinto, liderança do UB oriundo do DEM, cumpre agenda com Zema no sul de Minas, reduto eleitoral de Bilac. Os dois participam da inauguração da sede do 59º batalhão e da entrega de viaturas durante a manhã em Extrema. À tarde, seguem para Consolação onde ocorre o anúncio do pagamento da primeira parcela do convênio para obras na rodovia MG-295, que liga a cidade a Cambuí.
Não distante, na semana que vem, Bilac e Marcelo Freitas, presidente do UB em Minas, viajam a Brasília para se reunir com Kalil, que tem a preferência declarada do dirigente nacional da sigla, Luciano Bivar (União Brasil).
“Estamos conversando com todas as alternativas em Minas , essa semana tivemos uma reunião com o presidente do PSDB, o deputado federal Paulo Abi Ackel e o ex-deputado Marcus Pestana. Assim como fomos recebidos pelos senadores Rodrigo Pacheco (PSD) e Alexandre Silveira (PSD). Agora, estou a caminho do Sul de Minas para fazer inaugurações de obras com o governador Zema”, apazigua Bilac.
O principal fator de cobiça pelo UB é o tempo de propaganda eleitoral no rádio e na televisão. Sozinho, a sigla terá direito a 16,5% do total, conforme estimativa de O TEMPO com base nas regras para o cálculo da divisão do Horário Gratuito de Propaganda Eleitoral (HGPE).
Nos bastidores, é consenso que, ideologicamente, o União Brasil se sentiria mais confortável no palanque de Zema. Porém, os convites sucessivos do Novo para, pelo menos, três nomes para ocupar o posto de vice do atual governador, é considerado um desgaste desnecessário.
Nos últimos meses, já para foram cotados para o posto, o próprio Bilac, o deputado federal Marcelo Aro (PP) e o jornalista e apresentador Eduardo Costa (Cidadania). Este último, inclusive, sendo classificado como a "trapalhada homérica” por atores que acompanham o processo.
Isso porque, apesar de Costa ser considerado um “quadro excelente”, o jornalista é filiado ao Cidadania, que é federado ao PSDB, cujo pré-candidato ao Governo é Marcus Pestana. Pela legislação eleitoral, os federados se unem como um único partido, o que obriga ambos a apoiarem apenas uma candidatura majoritária.
Enquanto o destino da vaga de vice de Zema muda semanalmente, fontes internas do PSD avaliam com otimismo o embarque do UB na chapa de Kalil e André Quintão (PT), aliada ao pré-candidato à República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O impasse estaria entre o espaço para composição da chapa, em que só resta a suplência de Alexandre Silveira (PSD) ao Senado em aberto, e o futuro espaço no governo, se eleito.