O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) manteve a rotina de ofensas ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, e, novamente, colocou em dúvida a lisura das eleições brasileiras nesta segunda-feira (2). O chefe do Executivo voltou a usar termos como “voto auditável” e “voto democrático” para se referir à impressão do voto, e que o magistrado quer “eleições manipuladas”.
“Ele quer eleições que possam ser manipuladas ou no mínimo que possam gerar dúvidas no futuro. Não pode meia dúzia de servidores, juntamente com o presidente do TSE, o ministro Barroso, contar os votos numa sala secreta. Ele anuncia o resultado que achar que é o verdadeiro, porque as urnas não são auditáveis, e fica por isso mesmo”, afirmou.
“Ele virou semideus? Ele acha que é intocável? Quem o seu Barroso pensa que é? Todos os poderes têm limites, eu tenho limites. Por que alguns do Supremo acham que são donos da verdade e que podem tudo, e ninguém pode reclamar de nada? Ele tem que ‘baixar a crista’ dele um pouquinho e se adequar a realidade”, continuou Bolsonaro.
Na última quinta-feira (29), o presidente transmitiu uma “demonstração” do que considerou como “indícios” de que poderia haver fraudes nas urnas eletrônicas. Contudo, nenhuma prova foi apresentada – coisa que ele mesmo admitiu durante a live.
“O pessoal me cobra prova de fraudes. Olha, os indícios que levam a prova. Em São Paulo, as eleições do ano passado na capital, com 0,39% [de urnas apuradas], o sistema travou e ficou parado por mais de uma hora. Quando parou, tinha uma classificação do primeiro ao oitavo com um percentual de votos. Quando destravou, esses mesmos nessa ordem foram mantidos e mais ainda com os mesmos percentuais. Isso é impossível acontecer. Quer indício maior do que esse de que as eleições de São Paulo foram mais do que suspeitas?", disse nesta segunda, repetindo o mesmo argumento.