O presidente Jair Bolsonaro disse ter tomado as primeiras doses do coquetel de cloroquina e azitromicina mesmo antes de o resultado do exame confirmar a infecção pela Covid-19. Vale ressaltar que a Organização Mundial da Saúde interrompeu experimentos com o medicamento porque estudos não mostraram haver redução de mortalidade nos doentes.

Em entrevista coletiva na porta do Palácio do Alvorada, o presidente Bolsonaro disse ter tomado duas doses do composto de cloroquina só com base nos sintomas. “A equipe médica resolveu aplicar a hidroxicloroquina, e eu tomei ontem por volta de 17h o primeiro comprimido. Confesso que, como acordo muito durante a noite, o que é normal, depois da meia-noite consegui sentir alguma melhora. Às 5h, tomei a segunda dose da cloroquina, e confesso a vocês que estou perfeitamente bem”, garantiu. O resultado do exame foi divulgado nesta terça-feira por volta das 12h.

O próprio presidente disse saber que não há comprovação científica do sucesso da cloroquina no combate à Covid-19. “Eu sei que não tem uma comprovação científica ainda, mas a eficácia da hidroxicloroquina tem aparecido”, afirmou.

O presidente disse tomar cuidados para não transmitir o coronavírus para outras pessoas, mas durante a entrevista coletiva retirou sua máscara para mostrar seu rosto para os telespectadores. E voltou a recomendar o uso da cloroquina: “Reforço aqui o que médicos têm dito pelo Brasil: a hidroxicloroquina na fase inicial tem chance de sucesso de por volta de 100%”.

Após idas e vindas, a Organização Mundial da Saúde anunciou em 17 de junho que decidiu interromper os experimentos com hidroxicloroquina para tratamento de Covid-19 no estudo Solidarity, que está sendo realizado em vários países do mundo, com pacientes hospitalizados. 

Segundo a organização, a revisão feita por um comitê independente e resultados de outros estudos mostraram que não houve redução na mortalidade dos doentes que receberam a droga.