A Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) decidiu arquivar na tarde dessa segunda-feira (1º), a denúncia apresentada contra o vereador Flávio dos Santos (Podemos) por ter estabelecido um suposto esquema de “rachadinha” em seu gabinete - expediente em que os funcionários devolvem parte do salário para o parlamentar.
Para que a denúncia fosse aceita na Casa, eram necessários 21 votos a favor, ou seja, maioria simples. Apesar disso, apenas 15 votaram por acatar a denúncia. Outros 14 foram contra e três vereadores se abstiveram, totalizando 32 votos.
Antes da votação, pares ligados a Flávio dos Santos usaram o pinga-fogo do plenário para defender o parlamentar. A maioria pontuou que não há provas concretas contra o vereador e que a investigação deveria ficar, em um primeiro momento, a cargo do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).
Após a votação o Flávio dos Santos comemorou o resultado e disse ter sido vítima de retaliação de funcionários que foram demitidos do gabinete. “Todas as denúncias ali são de pessoas que trabalharam no meu gabinete e, revoltados porque foram demitidos, começaram a inventar coisas contra a minha pessoa. Era para vingar. E eles estavam sendo apoiados pelo meu suplente, que tinha interesse em me derrubar”, afirmou dos Santos.
Em maio, a reportagem de O TEMPO divulgou áudios obtidos com exclusividade, que apontam que Flávio dos Santos praticava a “rachadinha” no gabinete. Na gravação, o parlamentar afirmou que usaria o dinheiro arrecadado junto aos funcionários para ressarcir os cofres públicos em cerca de R$ 200 mil. O valor, já atualizado com as devidas correções monetárias, fazia parte de um acordo com o MPMG, que identificou o uso irregular de uma emenda parlamentar pelo vereador.