O pré-candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, afirmou nesta sexta-feira (13) que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu o impeachment de vários antecessores no Palácio do Planalto e só não o fez em relação ao atual presidente, Jair Bolsonaro (PL).
As declarações de Ciro foram dadas em entrevista à "CNN Brasil" e depois reiteradas em suas redes sociais. As afirmações foram feitas após ele ser questionado sobre os rumores de que poderia desistir da candidatura para garantir a vitória de Lula no primeiro turno. O pedetista diz que o assunto foi plantado por aliados do ex-presidente.
Para Ciro, Lula sempre mostrou-se sedento pelo poder e, por isso, não apoiou Tancredo Neves no colégio eleitoral nas últimas eleições indiretas realizadas no Brasil, em 1984, nem apoiou a Constituição, promulgada em 1988.
"Depois nós conseguimos ir numa eleição direta, a primeira da redemocratização. O (Mário) Covas (ex-governador de São Paulo) ganhava do Collor, o (Leonel) Brizola (ex-governador do Rio) ganhava do Collor, todas as pesquisas mostravam isso. Só tinha um candidato que perdia pro Collor. Pois foi lá, apesar de todo o apelo que se fez, foi la se impôs e o brasil ganhou o Collor e toda tragédia que se sequenciou", disse Ciro.
O pedetista reclamou que o adversário não foi para as ruas quando parte da sociedade defendeu a queda de Bolsonaro.
"O Lula pediu o impeachment do Fernando Henrique. O Lula pediu o impeachment do Itamar Franco, o único político, o único presidente que o Lula não pediu o impeachment foi o Bolsonaro. Nós estávamos todos nas ruas pedindo impeachment do Bolsonaro, o Lula não pisou na rua e mandou os jagunços dele me agredir fisicamente lá na Paulista", disse, em referência a um episódio em que ele foi cercado por militantes ao deixar o ato contra o presidente.
Ciro ainda falou que o petista se aliou a Renan Calheiros (MDB-AL) e Eunício Oliveira (MDB-CE), responsáveis por comandar o Senado durante o processo de impeachment de Dilma Rousseff e logo após aquele episódio, que o pedetista chama de "golpe".
"Vocês não estão percebendo o tamanho do estelionato que o senhor Luiz Inácio representa? Eu vou enfrentá-lo e só ele explica porque Bolsonaro está tão forte ainda", disse.
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