A Procuradoria da Câmara Municipal de Belo Horizonte pode abrir um processo administrativo contra dois componentes do alto escalão do prefeito Alexandre Kalil (PHS). Uma comissão especial que estuda as enchentes da avenida Vilarinho pediu que a Casa tome "providências legais para promover a responsabilização" do secretário de Obras, Josué Valadão, e do presidente da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), Henrique de Castilho.
Ambos foram convidados para participar de uma audiência da comissão e falar sobre intervenções na avenida, mas não compareceram. Nesta segunda, a reunião se repetiu com a convocação dos dois, que também não foram. No caso o convite, a presença é facultativa mas, na convocação, a presença é obrigatória. Como a presença deles era obrigatória, os citados podem ser penalizadas administrativamente.
O presidente do colegiado, vereador Dr. Nilton (PROS) afirmou que houve uma audiência pública em Venda Nova sobre as intervenções. "Pelo o que sabemos, foi apresentado um escopo e não um projeto como eles estão falando. Queremos saber se existe ou não um projeto, porque a prefeitura tem falado que vai fazer uma licitação para obra e projeto. Se vai fazer licitação não tem projeto, aquilo foi para enganar. Falam em R$ 300 milhões para as obras. A prefeitura não tem esses recursos, terá que fazer empréstimo que será discutido na Câmara. Provavelmente, essas obras não vão resolver a situação da Vilarinho e vais empurrar as enchentes para outros locais. Queremos transparência da Prefeitura. Não vamos autorizar um gasto milionário sem saber o que vai ser feito", declarou.
Por meio de nota, a PBH informou que a Sudecap participou, no dia 15/03 de audiência pública que contou com ampla participação da comunidade. "Nesta oportunidade, os representantes da Sudecap apresentaram o projeto relativo a intervenções que serão realizadas na região do Córrego Vilarinho e responderam a questões levantadas pelos participantes", afirmou. Sobre o ofício à procuradoria da Câmara, a Prefeitura informa que não foi notificada.
Segundo a assessoria da Câmara Municipal, como se trata de um requerimento inédito na Casa, o ofício vai ser analisado pela Procuradoria do Legislativo para que sejam estudadom quais os procedimentos devem ser adotados.