Por unanimidade, a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça reconheceu Luiz Carlos Prestes Ribeiro Filho como anistiado político e pediu desculpa formal pela perseguição que ele sofreu durante a ditadura militar (1964-1985). "Hoje é o dia do Estado se dirigir a essas pessoas e familiares e pedir desculpas", disse o presidente da comissão, Paulo Abrão Pires, no início da primeira sessão da Anistia Cultural que ocorre no ano.

Primeiro anistiado na sessão, Luiz Carlos é filho do principal líder comunista brasileiro do século 20, Luiz Carlos Prestes. Por causa da repressão política durante a ditadura, ele e sua família acompanharam o pai durante o exílio na então União Soviética, entre 1970 e 1979.

"É inegável a perseguição imposta pelo Estado brasileiro ao requerente", disse o relator Egmar José de Oliveira. O parecer de Egmar José reconheceu a condição de anistiado, o direito à indenização de R$ 100 mil (valor máximo) e os diplomas de graduação e mestrado que Luiz Carlos obteve na União Soviética na área de cinema e TV.

Emocionado, Prestes Filho disse que ficou "impressionado" pela maneira que foi tratado como cidadão pela comissão e disse que "é melhor morrer em pé do que viver ajoelhado". Ele dedicou a anistia à mãe, Maria do Carmo Ribeiro, que estava presente, e revelou que só recentemente contou à família que havia entrado com o processo na Comissão de Anistia. Ele é o primeiro filho de Prestes a fazer o pedido de anistia. Preste teve dez filhos.