Café com Política

Comitê de PBH e Câmara rediscutirá contrato com empresas de ônibus, diz vereador

Segundo Gabriel Azevedo, colegiado deve ser criado em dez dias e deve discutir nova fórmula para calcular tarifa do transporte

Por Da Redação
Publicado em 22 de julho de 2021 | 09:41
 
 
 
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O vereador Gabriel Azevedo (sem partido), presidente da CPI da BHTrans na Câmara Municipal de Belo Horizonte, afirmou que, em dez dias, será formado um comitê pela Prefeitura da capital, em conjunto com a Câmara, para rediscutir o contrato com as empresas de ônibus firmado no município em 2008 e que, até então, deveria valer até 2028. Segundo ele, isso geraria, inclusive, uma discussão sobre uma nova fórmula de cálculo da tarifa. As declarações foram dadas em entrevista ao quadro Café com Política, no Super N Primeiras Notícias, programa da rádio Super 91,7 FM.

"Em dez dias mais ou menos, a Prefeitura de Belo Horizonte, em conjunto com a Câmara, vai criar uma comissão, um comitê, que envolve Prefeitura, Câmara, sociedade e empresa de ônibus, para avançar em dois novos aspectos. Também não adianta somente mudar a BHTrans se a gente não avançar com o contrato. O contrato que tem hoje na cidade não pode continuar como está. Ele em teoria vai valer até 2028, foi feito em 2008, e a aí a CPI mostrou, e foi preciso coragem mesmo, dois grandes problemas. Esse contrato foi fruto de um cartel, nós estamos recebendo pessoas que deixam isso muito claro, ou seja, todo mundo que concorreu foi naquela coisa de compadrio, tudo registrado no mesmo cartório, com os mesmos modelos de documento, não pode. E o contrato é péssimo para a cidade", explicou o vereador.

 

Segundo Gabriel Azevedo, o contrato hoje permite que multas sejam emitidas e não pagas pelas empresas, entre outros problemas. "Os próprios empresários definem as rotas e não cumprem. Eles marcam os horários e não fazem com que eles aconteçam. Então, esses contrato tem que ser repactuado. E a tarifa, a forma como ela é cobrada, a forma como ela é calculada, também tem que mudar. Então, essa comissão vai ser criada, vou querer muito acompanhamento da imprensa, a portas abertas, para todo mundo ver o que é discutido, porque nós temos que repactuar o contrato", enfatizou.

Na entrevista, o vereador afirmou que a CPI na Câmara de BH não vai acabar em pizza e destacou consequências já geradas pelo trabalho.

"Já tem dois processos punitivos abertos na BHTrans: um para punir o contrato de 2008 e outro para punir a auditoria que foi feita em 2018 dizendo que a passagem tinha que custar R$ 6,35. Esses dias a gentre recebeu a responsável pela auditoria. Eu perguntei uma coisa básica: a senhora já fez esse tipo de consultoria antes? (A resposta foi) Nunca. Já fez depois? Não. Belo Horizonte teve o azar de contar com uma emprsa e uma responsável que nunca auditaram preço de passagem em nenhum lugar do Brasil. Não faz ideia do que ela fez. A gente desconfia que ela só assinou. Virou sócia da empresa para fazer o trabalho, depois deixou de ser. E isso a cpi já avançou. Portanto, a CPI já entregou para a cidade dois processos punitivos na BHTrans, a criação de uma força tarefa com o Ministério Público de Minas Gerais, vamos envolver o Ministério Público de Contas e aí a punição vai acontecer a quem tem que acontecer", encerrou.

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