BRASÍLIA. Deputados federais do Psol protocolaram uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra sete colegas da Câmara dos Deputados - cinco deles do PL - por disseminar notícias falsas sobre a tragédia ambiental que atinge o Rio Grande do Sul. 

Entre os alvos da representação estão Filipe Martins (PL-TO), Gilvan da Federal (PL-ES), Paulo Bilynskyj (PL-SP), Caroline de Toni (PL-SC), General Girão (PL-RN) - os cinco do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro -, além do Coronel Assis (União-MT) e do Coronel Ulysses (União-AC).

A ação foi proposta pela deputada federal gaúcha Fernanda Melchionna, em conjunto com com Sâmia Bomfim, Luciene Cavalcanti, Tarcísio Motta, Luiza Erundina, Talíria Petrone, Tulio Gadelha, Erika Hilton, Chico Alencar e pastor Henrique Vieira. 

Os parlamentares querem que os denunciados sejam processados por crimes relacionados à vida e à saúde da população atingida pelas enchentes; contra a honra de autoridades e agentes públicos; além de omissão de socorro, calúnia e difamação. 

O objetivo da ação é impedi-los de usar a tribuna da Câmara para divulgar mais fake news sobre o assunto. Os psolistas afirmam que “o mais grave é o efeito final da rede de desinformação que é armada pelos denunciados”.

De acordo com a representação, "os deputados Felipe Martins, Coronel Assis, Gilvan da Federal e a deputada Carolina de Toni usaram seu tempo de fala no plenário para reproduzir desinformação sobre o transporte terrestre de doações para o Estado do Rio Grande do Sul […] prejudicando o fluxo da necessária ajuda humanitária que provém dessas doações, já que confundem e trazem insegurança no momento em que a população do estado mais precisa". 

No documento, há ainda a informação de que na mesma sessão da Câmara, em 8 de maio, o deputado Paulo Bilynskyj afirmou inveridicamente que uma clínica médica que atendia pessoas gratuitamente no Rio Grande do Sul tinha sido fechada pela Vigilância Sanitária, por causa da calamidade pública. A justificativa da ação é de que Bilynskyj não informou em qual cidade isso teria acontecido. Já a Vigilância Sanitária gaúcha negou a informação. 

Outras mentiras teriam sido espalhadas pelos deputados na mesma ocasião, como uma declaração descontextualizada da ministra do Planejamento, Simone Tebet, explorada pelos deputados Paulo Bilynskyj, Caroline de Toni, Coronel Ulysses e General Girão.

“A confusão gerada por informações falsas e ou distorcidas chega à ponta – a população – e se desdobra em danos diretos às pessoas atingidas pelas enchentes no estado, seja por meio da difusão de pânico, seja por meio da inibição das doações ou da desorganização nos processos de triagem e distribuição dos donativos. Ainda, expõem a risco grave os servidores públicos que atuam diretamente no resgate, acolhimento e socorro das pessoas atingidas e que, naquele momento, representam o estado brasileiro”.