BRASÍLIA — A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados vota, nesta quarta-feira (28), um requerimento apresentado pela deputada Bia Kicis (PL-DF) para convidar Eduardo Tagliaferro a dar explicações sobre as trocas de mensagens entre auxiliares do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Tagliaferro é ex-assessor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e aparece nas mensagens de WhatsApp trocadas com o desembargador Airton Vieira, que é juiz auxiliar no gabinete do ministro.
O convite será votado e a previsão é que ele seja aprovado. A comissão presidida pela deputada Caroline de Toni (PL-SC) reúne majoritariamente membros da oposição, que deverão manifestar apoio ao requerimento da aliada Bia Kicis. Por se tratar de convite, ainda que seja aprovado, Tagliaferro não será obrigado a comparecer à comissão.
Vazamento de mensagens
As conversas revelam pedidos de Vieira a Tagliaferro para produção de relatórios sobre publicações de aliados de Jair Bolsonaro nas redes sociais. Os documentos eram usados para subsidiar decisões do ministro em inquéritos que tramitam no Supremo Tribunal Federal. À época, Tagliaferro era chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED) do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no período em que Alexandre de Moraes presidiu a Corte.
O vazamento das conversas publicadas pela Folha de S. Paulo é alvo de inquérito instaurado pela Polícia Federal (PF), que investiga crime de violação de segredo funcional e planeja identificar quem expôs as mensagens.