BRASÍLIA — Atrás apenas de São Paulo, o Estado de Minas Gerais detém a segunda maior bancada da Câmara dos Deputados, com 53 cadeiras, e garantiu as presidências de nove comissões em 2025. Esses deputados indicados para os cargos pertencem a sete dos partidos contemplados na distribuição das comissões, concluída nessa quarta-feira (19) pelo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). 

Em polos opostos, PL e PT optaram por mineiros para suas comissões mais importantes — Zé Vitor (PL-MG) para a Comissão da Saúde, colegiado com maior orçamento emendas, e Rogério Correia (PT-MG) para Finanças e Tributação.

Ainda na terça-feira (18) pela manhã, quando Motta e o colégio de líderes da Câmara iniciavam as últimas reuniões para concluir a distribuição das comissões, quatro mineiros, pelo menos, eram cotados para comissões. As primeiras costuras indicavam que o Partido Liberal assumiria a Comissão de Saúde e pretendia entregá-la a Zé Vitor ou a Marcelo Álvaro Antônio (PL-MG); preterido, o último, que atuou como ministro de Jair Bolsonaro (PL), ganhou a Comissão de Turismo. 

A indicação de Rogério Correia era fato consumado na bancada do PT na Câmara. A incerteza, àquela altura, era qual comissão seria ocupada por ele: Educação ou Finanças e Tributação. Após as negociações, o PT acabou abdicando da Educação e entregou o colegiado para o União Brasil; com a opção, o partido herdou a Comissão de Finanças e a entregou ao petista.

Alvo de disputa entre o PSD do líder Antonio Brito (BA) e o PL de Sóstenes Cavalcante (RJ), a Comissão de Minas e Energia foi entregue ao primeiro partido, que optou por Diego Andrade (PSD-MG) para presidi-la. O colegiado foi instalado nessa quarta-feira (19) com a eleição do presidente. 

A indicação de um político mineiro para a comissão entregue ao PRD também era certeza. O partido optou pelo líder Fred Costa (MG) para a Comissão de Legislação Participativa. Os homens, aliás, são maioria nas comissões presididas por mineiros: apenas duas entre as nove têm presidentes mulheres — a Comissão da Amazônia, da deputada Dandara (PT-MG), e a Comissão da Mulher, de Célia Xakriabá (PSOL-MG).

Veja quais comissões são presididas por deputados de MG em 2025: 

  • Comissão de Turismo — Marcelo Álvaro Antônio (PL);
  • Comissão de Saúde — Zé Vitor (PL);
  • Comissão da Amazônia e dos Povos Originários — Dandara (PT);
  • Comissão de Finanças e Tributação — Rogério Correia (PT);
  • Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher — Célia Xakriabá (PSOL);
  • Comissão de Minas e Energia — Diego Andrade (PSD);
  • Comissão de Legislação Participativa — Fred Costa (PRD);
  • Comissão de Desenvolvimento Econômico — Lafayette de Andrada (Republicanos);
  • Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa — Zé Silva (Solidariedade).

Em 2024, seis colegiados da Câmara dos Deputados foram presididos pelos mineiros; apenas um deles, a Comissão de Educação, pertence à prateleira de cima do corredor das comissões. 

  • Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação: Nely Aquino (Podemos-MG);
  • Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher: Ana Pimentel (PT-MG);
  • Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa: Pedro Aihara (PRD-MG);
  • Comissão de Educação: Nikolas Ferreira (PL-MG);
  • Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência: Weliton Prado (Solidariedade-MG);
  • Comissão de Viação e Transportes: Gilberto Abramo (Republicanos-MG).