BRASÍLIA - A bancada do Partido Liberal na Câmara dos Deputados decidiu ignorar as férias e marcou para segunda-feira (21/7) à tarde uma reunião de emergência para definir uma posição diante das medidas cautelares impostas a Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF). 

Na sexta-feira (18/7), os deputados e senadores do partido anteciparam que pediriam aos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), o fim do recesso parlamentar. O pedido foi negado por antecipação ainda na sexta-feira.

A oposição ensaia uma reação à operação da Polícia Federal (PF) que mirou Bolsonaro e às decisões do ministro Alexandre de Moraes que afetam o ex-presidente. Para o domingo, os parlamentares chegaram a marcar atos em Brasília e em Belo Horizonte em solidariedade a Bolsonaro. A manifestação não vingou e reuniu um número reduzido de pessoas na capital federal.

Outra tática adotada por deputados é ignorar as férias e seguir com as sessões das comissões presididas pelo PL. Para terça-feira (22/3), por exemplo, estão marcadas sessões das comissões de Segurança Pública e de Relações Exteriores da Câmara. 

Apesar da negativa antecipada de Hugo Motta, o PL na Câmara não descarta pressioná-lo para acabar com as férias dos deputados. O principal ponto levantado pelos parlamentares é que o ministro Alexandre de Moraes, relator das ações contra Bolsonaro no STF, esperou o início do recesso para autorizar a operação contra Bolsonaro, garantindo que Brasília estivesse vazia. O que eles cobram agora é um gesto do Congresso contra o Supremo.