BRASÍLIA - O presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), se antecipou à oposição e adiantou que as férias dos deputados e senadores não serão canceladas. Ele rejeitou a possibilidade de pôr fim ao recesso legislativo, que começou informalmente nessa quinta-feira (17/7), por pressão da oposição.

"O recesso parlamentar de julho está mantido, conforme amplamente e previamente anunciado. Durante as próximas duas semanas, não haverá sessões deliberativas nem funcionamento das comissões. As atividades legislativas serão retomadas na semana do dia 4 de agosto", declarou a presidência do Senado Federal nesta sexta-feira (18/7) à tarde. 

Antes da manifestação, líderes da oposição no Congresso Nacional indicaram que pediriam aos presidentes Alcolumbre e Hugo Motta, da Câmara dos Deputados, para encerrar o recesso e retomar as atividades legislativas.

O gesto seria uma resposta ao despacho do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou operação da Polícia Federal (PF) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços ligados a ele em Brasília, e o ministro impôs a colocação de uma tornozeleira eletrônica em Bolsonaro.

"Houve uma reunião virtual da bancada, e na segunda-feira (21/7) teremos uma reunião presencial aqui na liderança do PL. Vamos solicitar o fim do recesso e queremos reunião com o presidente Hugo Motta", afirmou a vice-líder da oposição na Câmara, deputada Bia Kicis (PL-DF). A resposta ao pedido veio antes dele ser feito com a posição de Alcolumbre. Hugo Motta o acompanhou.

Parlamentares de oposição argumentam que o ministro Alexandre de Moraes esperou o início das férias para autorizar as medidas cautelares contra Bolsonaro, garantindo que Brasília estivesse vazia.

Poucos deputados e senadores estiveram no Congresso Nacional nesta última semana de trabalhos legislativos. Nesta sexta-feira, nem os principais líderes da oposição, entre eles os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Rogério Marinho (PL-RN), estavam na cidade para participar da manifestação do grupo.