BRASÍLIA - O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou nesta quarta-feira (23/7) que o Supremo Tribunal Federal (STF) bloqueou as contas de sua esposa, Heloísa Bolsonaro. Em relato ao jornal Folha de S. Paulo, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) relatou que ela teria tentado fazer movimentações bancárias e foi avisada de que havia uma ordem de bloqueio.  

“Minha esposa, Heloísa, que não é política e nem milita nesta área, teve suas contas bancárias bloqueadas sem qualquer justificativa legal. Trata-se provavelmente de mais um ato arbitrário ordenado por Alexandre de Moraes – digo provavelmente pois jamais fui sequer citado dos inquéritos que ele recentemente abriu contra mim, mas ontem resultaram igualmente nos bloqueios das minhas contas”, escreveu. 

“Mesmo criminosos respeitam certos limites. Moraes, não. Ao romper até com o código moral do submundo – nem bandido persegue a família dos policiais e vice-versa – ele escancara seu desequilíbrio e despreparo”. 

Eduardo Bolsonaro também afirmou, na última semana, que teve suas contas bloqueadas. A Folha confirmou que ordem foi emitida no sábado (19/7) pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, no âmbito da ação penal que apura a atuação dele nos Estados Unidos. O parlamentar é investigado por obstrução da Justiça e por articular sanções internacionais contra o Brasil e contra autoridades brasileiras.  

"Não dá para encarar com normalidade o Alexandre de Moraes. Agora acabou de bloquear minha conta bancária", declarou Eduardo nesta segunda-feira (21/7) durante participação em podcast. 

O ministro Alexandre de Moraes é relator da ação contra Eduardo Bolsonaro e decidiu, no sábado (19/7), pelo bloqueio das contas bancárias, dos bens móveis e imóveis e do Pix. O despacho é sigiloso, mas a informação foi confirmada pelo jornal Folha de S. Paulo. A determinação de Moraes impede Eduardo de receber ou enviar dinheiro e também retém na conta o salário da Câmara dos Deputados.

Eduardo Bolsonaro está nos Estados Unidos desde março, alegando ser alvo de perseguição política pelo STF. Na ocasião, afirmou, em suas redes sociais, que buscaria apoio internacional para pressionar o Brasil, mantendo contato com aliados do presidente Donald Trump. Por esse motivo, o parlamentar virou alvo de investigação pelo Supremo.

A articulação já resultou em retaliações ao Brasil. Em 9 de julho, Donald Trump enviou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para informar sobre a imposição de uma sobretaxa sobre todas as exportações brasileiras nos Estados Unidos a partir de 1º de agosto. No comunicado, Trump cita Jair Bolsonaro e critica o Supremo Tribunal Federal (STF). O republicano classificou as ações contra o ex-presidente, réu por uma suposta tentativa de golpe de Estado em 2022, de “caça às bruxas”. 

Na semana passada, após a operação da Polícia Federal (PF) e a aplicação de medidas cautelares contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, determinou o cancelamento dos vistos do ministro Alexandre de Moraes, de outros sete ministros do STF e de seus familiares diretos.