BRASÍLIA - Três ministros do governo Lula terão de ir nesta quarta-feira (9) à Câmara dos Deputados para responder a questionamentos dos parlamentares. Além deles, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, vão enfrentar o escrutínio dos congressistas.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, vai à Comissão de Minas e Energia para tratar da Medida Provisória (MP) que promove mudanças no setor elétrico e tem como carro-chefe a gratuidade das contas de luz para pessoas de baixa renda que costumam até 80 kWh por mês. A MP tem alguns pontos de discordância entre governo e Congresso.
A ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, vai ao grupo de trabalho que trata da proposta de reforma administrativa para falar sobre o tema. De iniciativa dos deputados e apoiada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a matéria não está entre as prioridades do governo Lula, que é contrário a possíveis mudanças na estabilidade do funcionalismo público. Por outro lado, parte dos parlamentares vê o tema como uma oportunidade de cortar gastos.
Já o ministro da Educação, Camilo Santana, vai a uma comissão especial para tratar do Plano Nacional de Educação (PNE), que institui metas para a educação brasileira. Neste ano, o Congresso discute o novo PNE, que terá validade por 10 anos.
O ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Sidônio Palmeira, adiou a ida que teria nesta quarta à Comissão de Comunicação para explicar o envolvimento da pasta em uma rede contra a propagação de desinformação.
A desistência acontece em meio a uma campanha do governo, chefiada pela Secom, para defender o aumento do IOF - barrado pelo Congresso - e reforçar a narrativa que contrapõe “pobres” e “ricos”. A ida do ministro à Câmara ficou para depois do recesso parlamentar.
Além dos ministros, o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, vai à Comissão de Finanças e Tributação para responder a perguntas sobre a aquisição do Banco Master pelo Banco BRB. O BC aponta possíveis irregularidades em diferentes pontos da transação.
Quem também vai ter de responder às questões dos deputados é o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, na Comissão de Segurança Pública. O colegiado é formado majoritariamente por bolsonaristas, membros da “bancada da bala”. Eles devem questionar o chefe da PF sobre suspeitas que mantém de uma suposta interferência - negada pelo governo - na condução das investigações sobre a fraude no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Outro assunto que deve ser abordado é o pedido do Ministério da Justiça e Segurança Pública, ao qual a PF é subordinada, de abertura de um inquérito contra uma mulher que, com um megafone, gritou “Lula ladrão” ao passar nos arredores da casa do presidente, em São Paulo.