O deputado federal Lindhbergh Farias (PT-RJ) apresentou duas emendas ao projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que orienta o Orçamento da União para o próximo ano, sugerindo a alteração da meta fiscal. As sugestões de alteração ao texto propõem mudanças da meta para um déficit primário de 0,75% ou de 1% do Produto Interno Bruto (PIB).

"Precisamos de uma meta de déficit primário realista, entre 0,75% e 1%, que permita ao governo Lula continuar exercendo seu projeto popular eleito sem contingenciar R$ bilhões que prejudicariam os principais programas sociais. Por isso, apresentei duas emendas à PLOA para rever a meta de déficit zero. A prioridade é o povp!", explicou no X (antigo Twitter).

As emendas de Lindbergh contrapoem a defesa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de zerar o déficit nas contas públicas em 2024. O próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) admitiu que o governo “dificilmente” cumprirá a meta de zerar o déficit primário no ano que vem, mas depois passou a evitar o assunto. 

O relator da LDO de 2024, deputado federal Danilo Forte (União-CE), criticou as falas do mandatário ao afirmar que "causam constrangimento ao ministro Fernando Haddad, que tem lutado muito para o atingimento do déficit zero a partir da aprovação da agenda econômica”.

O tema não é consenso entre a base aliada de Lula, da qual o deputado faz parte. Há quem defenda que o governo mude o objetivo fiscal e preveja um déficit de 0,25% a 0,5%, mas há resistência por parte de Haddad, que trabalha para aprovar no Congresso Nacional propostas de aumento da arrecadação.

Deve haver, ainda, um sacrifício no próprio governo para cortar gastos e segurar o caixa público. Segundo Lindbergh, a meta de déficit zero exige do governo Lula começar o ano de 2024 com um contingenciamento de até R$ 53 bilhões.