O governo do presidente Jair Bolsonaro tem ideia de tentar incluir no texto da PEC dos Precatórios – que está na Câmara dos Deputados – a criação de dois auxílios temporários para aumentar o valor do Auxílio Brasil, que substitui o Bolsa Família. A informação é do deputado Marcelo Aro (PP-MG), que é o relator da Medida Provisória que cria o Auxílio Brasil.
Em reunião com ministros no final da tarde desta terça-feira (19), Aro foi comunicado que há previsão de a MP do Auxílio Brasil continua com valor permanente, que hoje é de cerca de R$ 190. O restante, para alcançar valor de R$ 400, seriam incluídos na PEC dos Precatórios.
No entanto, o benefício temporário teria prazo para acabar em dezembro de 2022. “Na primeira proposta do governo seria o mesmo valor para o programa permanente. Os outros R$ 50 bilhões seriam divididos em dois programas transitórios temporais. Um de R$ 28 bi e outro de R$ 22 bi, o que valeria R$ 400 para cada beneficiário do Auxílio Brasil”, explicou Aro.
O deputado demonstrou ser contra o benefício temporário. “Nós falaríamos para o cidadão: ‘Olha você vai receber no mínimo R$ 400’. Em dezembro do ano que vem vamos chegar para esse cara e falar que agora ‘você vai voltar a receber R$ 189’”, disse Marcelo Aro.
Aro afirmou que já estava com relatório da MP do Auxílio Brasil perto de ser finalizada. “Estava tudo organizado. Estava com meu texto praticamente pronto. Aí veio a notícia que o governo tomou decisão de pagar, no mínimo, R$ 400 para cada beneficiário. Teve gente que publicou que sou contra o valor de R$ 400. Não sou contra. Pelo contrário. Se pudéssemos tínhamos que aumentar para R$ 500 o valor mínimo”, afirmou.
O parlamentar disse que, agora, o governo precisa explicar de qual lugar o governo vai tirar dinheiro para bancar os auxílios temporais.
“Quem faz mal feito, faz duas vezes. Virou casa da mãe joana. Foi falado um valor. Aí se vira para tirar dinheiro, cria o temporário, organiza evento para anúncio. Não sei como aconteceu, mas alguém deve ter perguntado se estava tudo certinho. Ficou feio para o governo. Eu acredito que o próprio governo tem que dar respostas”, disse Aro.
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