Paulo Gonet, o indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para chefiar a Procuradoria Geral da Repúlica (PGR), passará por sabatina - etapa em que é questionado sobre suas posições - na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal em 13 de dezembro. No mesmo dia, ele deve ter seu nome votado pelo colegiado. O relator escolhido para emitir um parecer sobre o indicado foi o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA).
Já a votação final, no plenário do Senado, será em 14 ou 15 de dezembro. É essa última etapa a que garante ou não o cargo a Gonet, caso haja apoio de pelo menos 41 dos 81 senadores. As datas já foram confirmadas por autoridades do Senado, mas a sessão na CCJ ainda não foi oficialmente convocada pelo presidente do colegiado, senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
Flávio Dino deve enfrentar resistência
Pelo menos na CCJ, o cronograma é o mesmo da indicação de Flávio Dino para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Tanto Dino, quando Gonet, devem ter aliados como relatores. Jaques Wagner, relator do nome do procurador, é aliado de primeira hora de Lula, apesar de ter o desagradado ao votar a favor da proposta que limita os poderes de ministros da Suprema Corte.
Já a indicação de Dino será analisada pelo senador Weverton Rocha (PDT-MA). Os dois são aliados na política do Maranhão, Estado em que Dino foi governador. Antes mesmo de ser anunciado para a função, Weverton elogiou as indicações de Lula, afirmando que "são dois nomes de inquestionável capacidade", e disparou sobre Dino: "Para nós maranhenses é uma honra ver Dino, um conterrâneo, sendo indicado para compor a Corte Suprema”.
Flávio Dino e Paulo Gonet foram confirmados na segunda-feira (28) como os escolhidos por Lula, após dois meses de vacância nos cargos. Se aprovado, Dino deve ocupar a cadeira deixada por Rosa Weber, que se aposentou do STF em 30 de setembro. Já Gonet deve assumir a vaga deixada por Augusto Aras, que encerrou seu mandato no comando da PGR em 26 de setembro.